tag:blogger.com,1999:blog-57910904997482734602024-03-13T23:27:15.752-03:00Sementes de um sonhoBruhttp://www.blogger.com/profile/10522360999451842423noreply@blogger.comBlogger112125tag:blogger.com,1999:blog-5791090499748273460.post-84651305766083848612022-03-31T12:18:00.006-03:002022-03-31T12:19:17.196-03:00Dias difíceisHoje eu consegui reparar que não é apenas hoje que estou com constante vontade de ir pra uma janela gritar "AAAAA" até perder a voz. Isso tem acontecido todos os dias no trabalho em escritório.<div><br /><div>O acúmulo de obrigações e papéis na minha mesa está começando a me deixar imobilizada psicologicamente mesmo que eu saiba o que fazer, como fazer e qual a prioridade das tarefas. Eu fico pensando tanto no que devo fazer que acabo perdendo o foco enquanto estou em uma tarefa. As interrupções para mais papéis e obrigações está acabando com a minha produtividade e fica a sensação de que eu não termino nada nunca.</div><div><br /></div><div>Eu entendo esse estado atual, entendo a origem e como funciona essa ansiedade, mas mesmo assim não consigo sair da rotina de desespero.</div><div><br /></div><div>Mal dá meio-dia eu penso que gostaria de ficar até mais tarde para poder finalizar pelo menos duas coisas, mas a rotina da confeitaria não me permite um capricho desses e aí sempre acabo na dúvida se não deveria extinguir essa outra rotina (apesar de não querer).</div><div><br /></div><div>Enfim... um desabafo apenas. Eu só queria ter duas de mim.</div></div>Bruhttp://www.blogger.com/profile/10522360999451842423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5791090499748273460.post-32295322192452297132022-02-04T11:41:00.003-03:002022-03-31T12:19:57.235-03:00#11 Quebrando um novo preconceito<p>Era início dos anos 2000, mas não vou ter certeza do ano. Foi a era do colégio Executivo, em Natal, provavelmente algo entre a quarta e a quinta série. Acontece que um belo dia, em meio àquela época fantástica, nós deixamos de ter uma aula para ter uma palestra.</p><p>O colégio me parecia enorme, mas tenho certeza hoje em dia que não era tudo isso. Lembro de sermos levados pela professora para o auditório do colégio, que mais parecia uma sala comprida com um palquinho na frente. Eram outros tempos e éramos todos muito novos, então a minha memória falha em vários detalhes, mas eu tenho na minha cabeça a imagem daquele homem magro e de cabelos um pouco compridos. Ele veio contar pra gente como era a vida dele sendo HIV positivo.</p><p>Contextualizando: dia desses estava escutando um podcast sobre a epidemia de AIDS no fim do século passado e de repente me deu o clique dessa memória, que acho valiosa demais para não incluir aqui nas lembranças. No di a minha curiosidade era grande, mas o receio do desconhecido me causava uma apreensão enorme. Dentre vários pontos tocados por aquele senhor, provavelmente na casa dos 30 anos mas sem nome em minha memória, eu lembro de algumas coisas apenas.</p><p>Ele nos contou sobre a doença, como ela afetava seu corpo e nos mostrou os diversos comprimidos que precisava ingerir todos os dias. Naquela época ainda não havia estudos avançados e o estereótipo da doença criava um padrão no qual ele se encaixava. Eu abria meus olhos e apertava minhas mãos, tentando absorver cada detalhe contado sem saber que a memória se perderia com o tempo.</p><p>Engraçado que, de toda essa curta experiência, a grande coisa que ficou marcada para mim foi o alívio de sobrepor um preconceito. Eu, criança aprendendo na escola, escutei com muita atenção sobre as formas de contágio daquela doença até então tão obscura e severa, e eu lembro bem de sentir a dor dele falando que as pessoas tinham medo de conviver com ele e "pegar aids" pelo ar e outras situações. Lembro de pensar em como era importante as pessoas saberem que podem (e deveriam) abraçar ele e fazer um carinho na cabeça em momentos de tristeza. Realmente acho que foi a minha primeira quebra de preconceito (que eu nem sabia que tinha) e foi de extrema importância ter acontecido nessa idade e nesse ambiente.</p><p>Que privilégio ter tido um colégio que aprontou algo como essa palestra pra nós, crianças do ensino fundamental. Que privilégio ter tido esse clique e poder reviver essa memória sempre, agora escrita aqui, mesmo que mais uma vez ela se afunde no mar de memórias do meu cérebro. Me deu muito orgulho lembrar disso.</p>Bruhttp://www.blogger.com/profile/10522360999451842423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5791090499748273460.post-20654786977539667342022-01-07T23:02:00.001-03:002022-01-07T23:02:44.801-03:00#10 TiticoSe alguém me perguntar eu não vou saber a data ou o dia da semana que era, mas eu vou lembrar que era uma manhã quente do início de 2012 quando eu peguei o carro para levar minha avó até o comércio da praça, que ficava umas três ruas acima da nossa. Ela sempre ia naquela lojinha de aviamentos para comprar linhas, lãs e outros itens para fazer as roupinhas que doava para famílias com crianças pequenas. Normalmente minha mãe ía com a gente, mas nesse dia éramos só nós duas e o andador da vovó.<div><br></div><div>Ao lado da lojinha tinha uma pet shop e nesse dia em específico tinha um gatinho muito novinho dentro de uma gaiola do lado de fora da loja, para adoção. Enquanto dona avó explorava seu mundo de linhas e agulhas, acompanhada pelas vendedoras que já sabiam até suas marcas e cores preferidas, eu fui olhar de pertinho aquela coisinha espevitada que havia transformado a gaiola em um "globo da morte" e ficava dando piruetas lá dentro.</div><div><br></div><div>Papo vai, papo vem com a funcionária da pet shop, ela me disse que o gatinho havia sido adotado e abandonado novamente e que, com a proximidade do carnaval, ele ficaria fechado no subsolo da loja porque ninguém iria lá durante o feriado.</div><div><br></div><div>Comecei mostrando para a minha vó como era fofo o gatinho, que tinha me dado total atenção desde que cheguei perto da gaiola, ela se apaixonou. Em seguida uma ligação para a ju: "ei, E SE eu levasse um gato pra lar temporário?" e ela incentivou. Depois disso, uma ligação para o senhor pai: "paiê, posso levar um gatinho pra ficar em casa só durante o carnaval?" e ele topou. A pessoa mais difícil estava esperando em casa, preparando o almoço. </div><div><br></div><div>Cheguei com uma conversa mole sobre o tadinho do gato sozinho durante um feriado inteiro, falei em lar temporário e joguei a cartada final: "ju, vovó e papai já toparam. Só falta você deixar". Nem uma hora depois eu já estava de volta na pet shop, assinando um termo de adoção que poderia ser revogado após o carnaval, só para terem meus dados.</div><div><br></div><div>Assim chegou em casa um bichinho minúsculo que estava exausto pela euforia de conhecer 3 cães, uma gata e 5 novos humanos. A noite passou bem e no dia seguinte dona mãe comprou não só ração, mas também brinquedos e uma caixa de areia nova. Depois disso o gato virou Chilli (nome dado justamente pela minha mãe) e o resto virou história.</div><div><br></div><div>Titico já faz 10 anos este ano, está saudável e sua pelagem antes rala agora tem lãzinha por baixo. Toda vez que olho para ele eu lembro desse dia de motim dentro da minha própria casa e de tantos momentos de colinho, "beijinho" e preguiça que tivemos juntos.</div><div><br></div><div>Esse é o gato que me recebe na porta desde sempre, que me acompanhava no café da manhã enquanto toda a casa dormia, que sempre fez amizade com as visitas, que aprendeu a subir no beliche pra dormir comigo e que gosta mais de cães do que da própria raça. Titico, zuco, neném, Shirley, Chilli, meu pãozinho integral. Espero que ainda venham mais alguns bons anos tendo essa bolinha de pelos roncando pela casa.</div>Bruhttp://www.blogger.com/profile/10522360999451842423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5791090499748273460.post-60751470044065049512021-12-29T22:45:00.002-03:002022-02-04T15:10:09.523-03:00O tempo que passa<div>Eu tenho muita consciência hoje em dia sobre o tempo. Sobre como ele cura ou deixa pra trás tudo que nos acontece. Sobre como ele é gentil e cruel ao mesmo tempo.<br /></div><div><br /></div><div>Já estou mais perto dos meus 30 anos do que da época em que comecei a escrever nesse blog, totalmente alheia sobre o efeito e o peso do tempo. Mas como eu saberia, não é mesmo? Eu era só uma pré adolescente passando por coisas pela primeira vez e sentindo todo o desespero de achar que 50 anos é o fim da vida.</div><div><br /></div><div>Sim, hoje em dia é risível pensar em todas as vezes em que a imaturidade me fez agir da única forma que parecia possível no momento. É engraçado sentir vergonha de momentos que vivi e fui totalmente plena na minha forma de agir. Aquelas Brunas não existem mais, mas fazem de mim tudo o que sou hoje.</div><div><br /></div><div>Não que seja muita coisa, afinal eu ainda passo por muitas coisas pela primeira vez, mas dessa vez torço todos os dias para que essa sensação continue acontecendo, seja por uma coisa boa ou ruim.</div><div><br /></div><div>Eu já tenho tempo suficiente na Terra para não me lembrar de tudo o que já passou e às vezes isso me assusta. Acumular lembranças e saber que o tempo não volta é muito louco. Perceber como isso acontece com todo ser humano é ainda mais maluco na minha cabeça. </div><div><br /></div><div>É, ver pais e avós hoje em dia e pensar como foi para eles viverem tanto e verem pequenos seres passarem pelas mesmas experiências sem poder fazer muita coisa (afinal, cada um vive uma vida, mesmo que algumas coisas se repitam) é uma coisa que me conforta e dói.</div><div><br /></div><div>Gostaria de ter tido uma conversa sobre o futuro quando era mais nova, mas não sei se eu teria capacidade de entender a grandiosidade do tempo e do seu passar. Não acho que conseguiria absorver a sensação de quaisquer palavras que tentassem me explicar esse maremoto que é olhar para trás e ver que muito pouco dos meus maiores problemas durariam mais do que uma semana.</div><div><br /></div><div>Envelhecer é uma dádiva, mas saber que essa vida e essa juventude não duram para sempre é uma porrada que mesmo hoje eu me recuso a levar. Pensar que meu corpo, músculos, voz, cabeça e pensamentos nunca serão iguais ao passado ainda causa uma ansiedade, mas me faz lembrar de como eu sofria com tudo isso quando hoje olho para a Bruna antiga e ela me parece perfeita.</div><div><br /></div><div>Todos os dias eu me esforço para aproveitar cada segundo e gravar com carinho as boas coisas que me acontecem, mas eu sei que ano que vem já não saberei quase nenhum detalhe de nenhuma cena. Tagarelar sozinha aqui continua sendo uma terapia e isso é bom. Escrever é colocar em frases a sequência de imagens que passa na minha cabeça e eu espero no futuro olhar para todas essas postagens com mais carinho e respeito do que consigo fazer hoje em dia.</div><div><br /></div><div>Por mais que algumas experiências se repitam, eu sei que nunca mais vou ser exatamente essa Bruna pensando sobre o tempo. Inclusive, espero que não. </div>Bruhttp://www.blogger.com/profile/10522360999451842423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5791090499748273460.post-49982175279383931322021-12-03T11:06:00.004-03:002021-12-03T11:08:54.911-03:00#9 Aeroporto<p> A vida inteira eu fui muito acostumada dentro da família a ninguém precisar depender de transporte particular ao chegar e voltar de uma viagem. Fosse de ônibus ou de avião, a chegada na cidade onde morávamos contava sempre com uma cara familiar no meio da pequena multidão aguardando na saída do desembarque.</p><p>Às vezes era minha mãe, muitas vezes era meu pai e já houve casos em que era minha irmã. O momento de voltar pra casa incluía aquele aceno com as mãos dizendo "estou aqui" ou um cartaz bobo com meu nome apenas pela diversão. Eram momentos em que eu sempre me senti amparada, principalmente quando era mais nova e achava qualquer aeroporto grande e confuso demais, mesmo quando estava acompanhada de alguém da família.</p><p>Meus privilégios me permitiram viajar de avião várias e várias vezes nesses meus quase 30 anos e diversos desses encontros me marcaram de alguma forma, mas hoje numa conversa eu me lembrei especificamente de uma viagem à trabalho em que eu chegaria sozinha, para uma casa vazia.</p><p>Meus pais já não moravam mais na mesma cidade que eu e minha irmã, que dividia a casa comigo, tinha acabado de ir viajar para ficar com eles. Descendo do avião eu lembro de sentir que estava sozinha e no quanto seria estranho ter que descobrir onde pegar um uber ou táxi para ir pra casa. Eu até havia pensado de pedir para alguma outra pessoa me buscar, mas não queria dar trabalho. Passando pelo desembarque vieram as lágrimas, porque eu sou uma manteiga e choro por qualquer coisa, mas segurei com uma fungada e segui meu caminho.</p><p>Mesmo andando cabisbaixa, quando a porta se abriu eu vi o Paz e a minha memória não me deixa ter certeza se ele estava segurando uma flor ou não, mas isso não era realmente importante. Nessa hora as lágrimas vieram de surpresa e eu me senti amada como todas as vezes antes que voltei pra casa. Eu senti uma gratidão enorme por um gesto tão simples e pequeno, que só atendia a um capricho.</p><p>É uma daquelas lembranças que ficam flutuando ali na memória sem realmente se apresentarem, mas ela vem como um abraço quentinho de um momento difícil. Sou muito feliz por ser capaz de lembrar dessas pequenas coisas do nada e muito grata por ter tido momentos tão bons na minha memória.</p>Bruhttp://www.blogger.com/profile/10522360999451842423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5791090499748273460.post-71250998983052606522021-10-26T09:27:00.001-03:002021-10-26T09:27:10.653-03:00Não sei o que é isso.<p> Eu não sei muito sobre depressão de fato, mas acho que talvez eu esteja à beira de um surto e ao mesmo tempo que parece ridículo, parece inevitável.</p><p>De repente eu me pego quase chorando por ver a chuva caindo lá fora e não sei se meus olhos ardem da claridade ou (sem saber) quero acompanhar o pranto do céu. Poderia passar o dia inteiro comendo ou dormindo, assistindo seriados que não me obrigam a pensar ou jogando jogos de celular super bestas.</p><p>Não tenho a menor vontade de levantar pela manhã e conto os segundos para ir embora do trabalho, onde não consigo me concentrar em tarefa nenhuma e não vejo sentido em me esforçar para arranjar novas demandas.</p><p>Me causa pânico ver que não estou fazendo tarefas domésticas que sempre fiz, como lavar louça e roupa. De repente quero correr para abraçar os gatos ou pelo menos encostar no namorado e sentir que eu ainda não atravesso corpos físicos. Tem momentos em que parece que eu simplesmente não existo. Tem momentos em que eu realmente gostaria de não existir.</p><p>É muito fácil manter a inércia. Não sinto mais o menor ímpeto de fazer um bolo, preparar qualquer receita que seja ou postar coisas que atraiam mais clientes. Eu gostaria de não ter mais nenhuma obrigação. Mas não sei até onde isso seria uma boa situação.</p><p>É louco esquecer de me olhar no espelho e quando me vejo em fotos não me reconhecer. Se precisar descrever, eu não sei mais como é meu rosto. Meu corpo é muito maior do que eu sinto e conheço e não sei quando isso aconteceu.</p><p>Eu não me sinto mais confortável nas minhas próprias roupas e já não tenho zelo pelo meu cabelo. Eu só quero me sentir confortável e abraçada por tecidos que não me apertem. E mesmo assim falta vontade para comprar qualquer coisa nova porque passar por um provador cada vez tem me dado mais vontade de chorar, mas não posso.</p><p>Queria estar sempre cercada de amor mas me sinto mais confortável sozinha. E sozinha vou me fazendo, com saudade de não estar sozinha mas sem forças pra ter companhia. Ansiando por um conforto mas querendo ser deixada em paz.</p><p>Alguns dias são mais difíceis que outros, mas todos os dias parece mais próximo o momento em que eu vou precisar parar para não explodir.</p>Bruhttp://www.blogger.com/profile/10522360999451842423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5791090499748273460.post-53792830142928067132021-09-12T02:03:00.002-03:002022-02-04T15:14:51.665-03:00100, um número mágicoJá passa da 1h da madrugada e de repente me deu comichão de saber quando seria meu 100° bolo esse ano, recorde anual absoluto até hoje, em 6 anos de Lunardi Doces. <div><br /></div><div>Contando um a um no calendário do celular, onde sempre anoto tudo, me dou conta de que ele já foi.<div>No dia 08 de setembro eu entreguei o 100° bolo encomendado. 100 vezes eu puder participar de comemorações de forma indireta. 100 vezes eu fechei um orçamento, fui paga e dei o meu melhor para entregar um produto com excelência. </div><div><div><br /></div><div>Em 2017 foi um bolo, o da Nate, primeiro de todos. Em 2018 foram 6, até onde eu achei. De 2019 não tenho o registro exato, mas não deve ter passado de 20. 2020 de repente eram 90 bolos. E agora, setembro de 2021, e eu olho pra trás sem acreditar e com lágrimas nos olhos. Que desdobramento! Estou sem fôlego de euforia, apesar do cansaço. Sinto um orgulho inesperado e completo. Um número redondo e marcante como esse é algo mágico no momento. Mesmo com o ritmo cada vez mais apertado eu nunca achei que fosse atingir essa marca tão expressiva.</div></div><div><br /></div><div>Meu tempo é curto e minha experiência é pouca, mas eu dei o máximo de mim em cada etapa de crescimento dos últimos anos. Claro que nada disso teria acontecido sem o apoio e ajuda da minha família incrível, mas uma grande parte do mérito é meu e estou abraçando isso com braços e pernas. Num dia em que me senti inútil, sem perspectiva e cansada, essa noção me pegou pela mão e me colocou sentadinha na cadeira do merecimento. Eu queria só abraçar cada pessoa que confiou no meu trabalho e pagou por ele. Não foi favor, não foi na amizade, não foi de qualquer jeito: foi um negócio fechado todas as vezes.</div><div><br /></div><div>Eu lembro de quase todos os bolos que já fiz, lembro perfeitamente de todas as lágrimas que derramei. Lembro nitidamente dos sorrisos das crianças aniversariantes e tenho noção da quantidade infindável de noites mal dormidas por falta de horas no dia. Nós, como Lunardi Doces, merecemos esse número e eu estou absolutamente orgulhosa.</div><div><br /></div><div>Na falta de mais palavras, eu só queria dizer: <3.</div></div>Bruhttp://www.blogger.com/profile/10522360999451842423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5791090499748273460.post-29519705129967051932021-08-12T11:29:00.001-03:002021-08-12T11:30:01.408-03:00#8 Um sonho de livro<p>Uma coisa engraçada sobre a minha existência é que eu sonho muito quando durmo. Praticamente todas as noites desde a minha infância eu acordo ressaqueada de lembranças: corridas, aventuras, vistas inacreditáveis, pessoas novas e velhas, as mais diferentes sensações e sentimentos. Além disso, sempre que eu tenho uma memória mais vívida e cronológica do sonho eu gosto de contar para alguém. Tem sonhos que eu contei com tantos detalhes que até hoje me lembro da cena que descrevi.</p><p>Acontece que uma noite eu sonhei com uma praia cinza cheia de pedras em um dia cinzento. Não sei se eu estava lá de fato ou apenas assistindo em plano astral, mas eu reparei muito em como a areia parecia pálida, o mar não era azul-esverdeado e o céu parecia errado... era como se eu estivesse em uma foto em preto-e-branco. Sei que foi um sonho que durou pouco tempo, mas no momento parecia que vários minutos se arrastavam enquanto eu olhava as ondas vindo e voltando e percebia enfim um ponto de cor na paisagem: alguns bichos enormes, maiores do que uma pessoa adulta, bem laranjas e que lembravam bastante lagostas. Elas chegavam com as ondas, se esticavam para cima e batiam as garras. Algumas ficavam, outras iam embora, mas eu só ficava lá olhando através da minha consciência, completamente encantada com o contraste dos tons de cinza com o laranja. Era uma sensação de paz e ao mesmo tempo segurança por estar longe, mas isso é tudo que me lembro.</p><p>No mesmo dia desse sonho tão único e cheio de sensações, eu fui visitar o Paz, que era grande fã das peripécias absurdas que o meu subconsciente me mostrava ao fechar dos olhos. Conversa vai, conversa vem e eu falei que precisava contar o sonho daquela noite.</p><p>Contei empolgada e temerosa pelas loucuras da minha cabeça, incluindo mais detalhes que lembrava na época e hoje em dia me escapam. A cada palavra ele parecia ficar mais concentrado e me deixava curiosa. Terminando o relato ele não disse nada, mas se virou para acessar o rack da televisão, abriu uma gaveta e tirou um livro. Virando de volta pra mim, me entregou o livro animado dando aquela risada empolgada tão dele. Eu não lembro as exatas palavras, mas eu lembro a mensagem: "leia esse livro, depois me devolva que eu te darei o próximo e assim seguimos. Você acabou de me descrever uma cena exata de um dos livros dessa saga, então você precisa ler isso." </p><p>A saga em questão era A Torre Negra, do Stephen King. Eu peguei aquele livro nesse dia, mas enrolei pra ler. Enrolei muito, assumo. Li It - A Coisa, do mesmo autor, antes de olhar para O pistoleiro. Infelizmente deixamos de nos falar muito tempo antes que eu criasse a coragem de me enroscar com uma saga novamente, que demorou tanto em parte porque eu sentia que terminando a leitura eu deveria devolver o livro e seria muito estranho.</p><p>Mas eu li. E quando terminei já baixei o próximo no meu kindle, já que não havia mais como pegar emprestado. Foi então que eu me encontrei com a cena do meu sonho e terminei de me apaixonar pela saga. Ainda lembro de como me arrepiei com a descrição e a lembrança do que há tantos anos paira na minha memória. Foi um daqueles raros momentos malucos em que você põe em dúvida a sua realidade e eu só pensava em como eu talvez tenha aberto uma das portas sem querer, sem nem saber como.</p><p>Sigo lendo, agora já no quarto livro, mas nunca me esqueço desse sonho e desses dois momentos decorrentes dele. Hoje sou super fãzinha do Sr. King.</p>Bruhttp://www.blogger.com/profile/10522360999451842423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5791090499748273460.post-44970212826387472282021-07-29T16:23:00.001-03:002021-07-29T16:23:05.393-03:00Síndrome do ninho vazio - irmã<p> 28 anos morando perto. Nossa vida toda - até agora - com residências sempre na mesma cidade, a no máximo 15 minutos de carro de distância (porque quilômetros valem nada no Distrito Federal).</p><p>Já morei muito distante de todos da minha família, até de dona mãe e de dono pai, mas nunca da minha irmã. Desde quando éramos um conjunto bem pequeno de células que estamos juntas e a sensação sempre foi de ter um pedaço de mim fora do meu corpo. E aí agora ela vai para longe de mim por tempo indefinido pela primeira vez. Eu não sei o nível de egoísmo por estar chateada com isso, mas é algo natural, eu acho. Nunca é fácil dizer tchau e é muito mais difícil quando alguém do seu cotidiano semanal deixa de ser semanal do nada.</p><p>Foram anos e anos até a gente conseguir desenvolver essa parceria e amizade que temos hoje e talvez a maior parte da chateação venha daí: o medo de perder a melhor relação que eu construí na vida. Porque não significa nada nascer na mesma família... para um laço forte é preciso trabalho, dedicação, insistência, resiliência, pelo menos um pouco de harmonia e muita força de vontade, que foi o que a gente mais teve pra manter tudo em pé.</p><p>No dia 28 de maio de 2013 eu escrevi uma coisa e não sei se algum dia vou conseguir me expressar tão bem novamente, então repito:<br /><br />"Hoje não é seu dia, seu (nosso) aniversário, dia do amigo ou da irmã. Hoje é só mais uma terça-feira comum nas nossas vidas. Hoje foi outro daqueles dias em que eu acordei com você se arrumando para o estágio e cheguei em casa quando você já estava apagada na cama. Mas eu queria te lembrar que eu te amo hoje também. Bastante, inclusive. Porque eu não quero que você ache que eu só te amo em dias especiais, quando você me faz algum favor ou quando mamãe manda.</p><p>Eu quero que você tenha certeza sempre de que você é minha irmã mais amada, querida e cuidada. Desde a época em que dividíamos uma barriga até hoje e para sempre. Mesmo quando eu não pego água pra você, estrago nossos jogos numa partida de buraco, largo suas coisas em qualquer lugar ou brigamos por qualquer motivo. Até quando você me sacaneia, faz drama, usa minhas roupas sem pedir ou me liga para me mandar voltar pra casa.</p><p>Ser sua irmã é uma coisa linda. É rir de nada, chorar junto, bater e apanhar no treino e revezar no volante quando a outra quer beber. Eu acho que você sabe mas eu queria reforçar tambem que você é o meu maior orgulho. Você é a mulher mais esforçada e determinada que eu conheço. Não há nada que possa te impedir de fazer algo quando você realmente quer fazer. E isso é comprovado por todas as vezes que você passou na UnB, todos os professores, alunos, pais, colegas e contratantes que você conquistou simplesmente por amar o que faz e fazer bem feito. Fora isso você ainda é linda, engraçada, um amor de pessoa, a melhor esportista nata que eu já vi, tem personalidade forte, coração mole, criatividade infinita, inteligência invejável e altruísmo inabalável. Você é admirável, xu.</p><p>Eu literalmente não aprendi a viver sem você. Nós passamos nossa vida inteira juntas e, por mim, não precisa ser diferente. Coisas bobas como você pedindo para dormir comigo depois de um pesadelo ou me amparando quando eu não parava de chorar nas minhas crises existenciais. Você tem que saber que eu sempre estarei do seu lado assim como você sempre está do meu. E não apenas como retribuição mas sim porque você é minha irmã, minha gêmea "caçulinha".</p><p>E é por essas e tantas outras coisas que você não pode pensar nunca - nem por um segundo - que eu não te amo muito. Mesmo brava, triste, #chateada, bolada ou dormindo... Eu te amo.</p><p>Sei que não sou de demonstrar isso muitas vezes e acabo fazendo você achar que eu não me importo, mas saiba: quando eu tento te morder, te torço, abraço sua cabeça ou te mantenho acordada até tarde só pra contar uma coisa besta é porque eu tô com saudade e não sei dizer. Então perdoa se eu te machucar de vez em quando... Perdoa porque sua maninha aqui não é a personificação da fofura como você. Mas ela te ama assim mesmo, tá? De verdade. Ontem, antes disso, hoje, amanhã e sempre."</p><p>A gente já não está mais na faculdade, inclusive você acabou de se formar (uhul!), não estagiamos já há muito tempo e não dividimos o mesmo teto faz alguns anos, mas só isso mudou. Todo o resto permanece, principalmente o amor e a admiração, que só fizeram aumentar.</p><p>Eu não vou morrer de saudade, mas eu sei que vai doer pelo menos um pouquinho toda vez que eu só quiser contar alguma coisa e tiver que ser pela tela de um celular. Ainda bem que perto o suficiente e que não demora muito pra gente se visitar, mas saber disso não me conforta em nada ainda.</p><p>Vai, xu, voa. Ganha mais um pouco do mundo, que é todinho seu. Vira e mexe a gente vai se ver e eu sei que vai ser como se você nunca tivesse ido. Saiba que casa pra mim é onde a gente se junta. Te amo. De verdade. Ontem, antes disso, hoje, amanhã e sempre.</p>Bruhttp://www.blogger.com/profile/10522360999451842423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5791090499748273460.post-1418937313616993922021-07-07T22:09:00.001-03:002021-07-07T22:09:18.273-03:00ImpostoraDe repente tão pequena num lugar onde quem manda sou eu. Sem nem saber como aconteceu, vi minhas mãos completamente incapazes de fazer as mesmas coisas que já faço até automaticamente, por tanta repetição. As coisas que eu mesma organizei parecem erradas. Minhas anotações e receitas grudadas na parede parecem erradas. O preparo que eu acabei de terminar parece errado.<div><br></div><div>Como alguém pode achar que eu sei o que estou fazendo? Como pode alguém confiar que eu vou dar a mesma sorte de fazer algo gostoso de novo? Quem eu sou pra divulgar um trabalho em redes sociais que eu toda vez me aventuro a fazer? Como eu posso me achar digna de cobrar por um trabalho tão amador? Será que as pessoas tem pena e por isso são tão legais comigo?</div><div><br></div><div>Sem saber porque, me sento no chão da minha cozinha apertada, entre o forno que a cada dia está mais temperamental e minha bancada com manchas de glitter. Perdida. Irracional. Aérea. Inoperante. Estrangeira no meu próprio reino.</div><div><br></div><div>E aí eu me forço a ver as fotos e a evolução do meu trabalho. Eu faço isso há mais de 6 anos. Eu aperfeiçoei minhas receitas e nunca parei de aprender. Repito que é incrível como a mente humana pode sabotar um trabalho de tanto tempo por tão pouco, por algo tão rápido. E ainda assim fica essa dúvida: será só impressão ou eu realmente sou uma impostora? </div>Bruhttp://www.blogger.com/profile/10522360999451842423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5791090499748273460.post-32085506374929420402021-06-18T20:58:00.001-03:002021-06-18T20:58:44.442-03:00Teto de madeiraNão era bem um quarto. Era um mezanino sobre a sala de jantar com duas saletas sem portas nos cantos. Uma delas era onde eu dormia.<div>Era o ambiente mais magico que eu tive durante a minha adolescência e eu amava, mesmo sem porta, mesmo com o calor que fazia por conta do carpete, mesmo com o espaco que tinha bem em cima da minha cama que permitia a passagem de luz e som do meu "quarto" para a sala e vice-versa.</div><div>O teto era inclinado, tendo seu ponto mais baixo na parede onde ficava encostada a cabeceira da minha cama, e no ponto mais alto meu pai tinha realizado meu sonho de pendurar uma daquelas cadeiras suspensas.</div><div>Eu me sentia no meu próprio sótão num pequeno chalé. Durante as insônias eu encarava aquelas ripas de madeira a pouco mais de um metro e meio da minha cabeça e me sentia longe, sozinha e em paz. A vida que aquela madeira já teve me aquecia o coração e fazia com que eu me sentisse segura e acolhida. Logo eu, que nunca fui a maior fã de estar em meio à natureza.</div><div>Eu olhava o verniz e o brilho me levava longe. Com a imaginação afloradíssima que eu tinha na época, cada reflexo que vinha do vão parecia uma estrela cadente e eu já pedi e desejei inúmeras coisas, fechando meus olhos pra poder encontrar tudo em sonho.</div><div>Aquele teto nunca pareceu que ia cair na minha cabeça. Mesmo sua inclinação não causava a impressão de que deslizaria ou de que estava perto demais. Mesmo em meio às crises, quando eu desabava de chorar, ele estava lá soltando o leve cheiro de madeira e brilhando pra mim no escuro. Eu amava aquele quarto e amava aquele teto.</div><div>Eu não sei porque lembrei lembrei disso agora, porque quando penso naquela casa me brotam tantas outras lembranças diferentes... mas aqueceu o coração nessa noite fria de junho. Espero um dia encontrar outro teto assim.</div>Bruhttp://www.blogger.com/profile/10522360999451842423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5791090499748273460.post-44707254009169928252021-04-07T16:19:00.006-03:002021-04-07T16:19:49.852-03:00Medo de morrer<p>Eu gostaria de ter percebido mais cedo que a vida não é um filme ou um vídeo game. Queria ter entendido, pelo menos alguns anos no passado. que aquele dia nunca mais se repetiria e que eu nunca mais viveria aquele momento novamente. Nunca o mesmo, nunca igual.</p><p>Eu me dei conta apenas por agora, próxima do meu 29° aniversário, de que não importa quantas vezes eu consiga refazer uma fase, rever um filme, repassar uma conversa, reler um livro, eu nunca vou poder fazer a mesma coisa com a minha vida.</p><p>Eu penso todos os dias em quantos dias ainda eu posso ter. Em quantas cicatrizes meu corpo ainda consegue aguentar. Em quantas ressacas meus órgãos estão aptos a superar. Em quantas batidas meu coração dará até se recusar a continuar.</p><p>Todos os dias eu morro de medo de não aproveitar o melhor que posso dos meus dias porque essa é a minha única chance de viver cada um deles. Toda decisão eu penso se pode ser a pior que eu já fiz nos últimos tempos ou se vai me levar para o melhor caminho possível de agora em diante. É realmente ridículo o quanto eu penso nas reviravoltas da vida com os "e se..." do passado.</p><p>Dá muito medo de viver por ter medo de morrer. Esse paradoxo nunca me causou tanta angústia.</p><p>Eu achei que nunca ia desejar uma máquina do tempo, mas como eu desejo. Tudo que eu queria era mais tempo. De um tempo que eu nem sei quanto vai durar, mas que eu já morro de medo de ter fim.</p>Bruhttp://www.blogger.com/profile/10522360999451842423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5791090499748273460.post-36472382500322703512021-02-17T16:42:00.004-03:002021-02-17T16:42:42.484-03:00#7 Filmes clássicos e clipes de papelCuriosamente, uma das épocas em que eu mais aprendi sobre convívio social foi durante meu primeiro estágio da faculdade. Eram 5 horas por dia, que eu normalmente fazia à tarde, chegando correndo da UnB depois do almoço e às vezes voltando correndo também, para as aulas da noite.<div><br /></div><div><div>Não precisa me conhecer muito pra saber que sou tímida, mas naquela época eu era um verdadeiro bichinho do mato. Até hoje fico fascinada com a sorte que tive de ser tão bem acolhida e mimada por todos os meus "chefinhos" da divisão. Não tive a mesma sorte com o estágio seguinte, onde o mundo começou a me mostrar suas garras e dentes, mas é conversa para outra situação.</div></div><div><br /></div><div>Acontece que não existe lembrar do estágio e não lembrar de como eu fui arrastada pra fora da minha concha confortável, onde eu só precisava falar com quem sorria pra mim ou me tratava bem (pois é, batendo na porta dos 20 anos e ainda agindo como uma criança assustada, veja só). O lugar e a época onde eu tinha tão poucas responsabilidades profissionais que uma das minhas missões diárias era desenhar num jardinzinho zen que havia na mesa de um dos meus supervisores.</div><div><br /></div><div>Dentre todas as lembranças divertidíssimas, vergonhosas, felizes e chocantes que eu tenho desses dias, eu sempre penso com carinho na vez em que estava conversando coisas rotineiras com o Diego e eu contei que nunca havia assistido Star Wars ou Senhor dos anéis ou que havia dormido assistindo O Poderoso Chefão. Neste ponto de interesse específico a memória falha, mas o que mais me faz rir é lembrar que a resposta automática deste homem foi encher a mão de clipes de papel e me bombardear com um por vez, reclamando do absurdo que eu tinha acabado de falar.</div><div><br /></div><div>É das coisas da vida que eu fico feliz de ter vivido, porque foi tão inesperado e ridículo que não tem como não marcar na história como algo a ser contado. Eram dias felizes e eu sabia. Que saudade da "minha" GESAD 01.</div>Bruhttp://www.blogger.com/profile/10522360999451842423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5791090499748273460.post-28918909793816727652020-12-22T13:36:00.009-03:002020-12-22T13:37:44.029-03:00#6 Vó - O bom dinossauro<p> Minha vó amava assistir filmes de desenho. Achava tudo uma graça, principalmente quando envolviam animais falantes ou histórias com animais. Eu, como principal parceira da "véia", assistia vários junto com ela e até indicava alguns quando estávamos longe.</p><p>Um belo dia ela assistiu "O bom dinossauro" e falou pra minha mãe que eu ia gostar do filme e precisava assistir. Achou tanto isso que me mandou mensagens no whatsapp falando do filme e eu prometi que procuraria. "Está passando no telecine direto", ela disse, mas eu não tinha acesso aos canais pagos e prometi que assistiria quando saísse no Netflix.</p><p>O tempo passou e dona Elisabeth assistiu sabe-se lá quantas vezes o tal filme do dinossauro. Sempre lembrava de mim, sempre dizia que eu precisava assistir. Já chegou a me mandar mensagem quando passou acidentalmente pelo telecine e estava transmitindo: "Bru! Começou agora no telecine... coloca aí pra assistir", mas eu continuava sem acesso ao canal, não tinha o filme em outra plataforma e mais uma vez ficava na promessa.</p><p>Era 12 de abril de 2019 quando eu descobri que ela estava hospitalizada e o início do fim começou pra mim, sem nem ideia de que teríamos apenas mais 4 meses. Todas as vezes que fiquei fazendo companhia para ela, fazia planos de conseguir baixar o filme na internet para assistirmos no hospital. Nunca deu certo, até porque eu sempre fui péssima para downloads do que quer que fosse.</p><p>Quando ela voltou pra casa, nas poucas vezes que consegui pegar um avião para ir vê-la, passávamos mais tempo aproveitando a presença uma da outra, fazendo graça das situações e distraindo sua filha, minha mãe, de tudo que estava acontecendo.</p><p>Até hoje não tive estruturas para assistir o filme do dinossauro, mas até hoje lembro de dona vó apenas por ver uma imagem do filme. Não sei se um dia terei coragem de assistir e ainda sinto culpa por ter sido uma promessa em vão, nunca cumprida. É uma lembrança feliz e triste que eu sempre vou guardar com peso e leveza</p>Bruhttp://www.blogger.com/profile/10522360999451842423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5791090499748273460.post-32274867549003762020-09-30T10:07:00.001-03:002020-09-30T10:07:11.312-03:00#5 Ed<p>Noite de eclipse. Eu nunca podia fazer nada, mas dessa vez meus pais deixaram eu ir sentar na calçada da esquina e ver enquanto a Terra escondia a Lua por momentos. Quase vizinhos, o Ed topou me acompanhar nessa e fomos. Ed, que era Rodrigo mas cortou o cabelo engraçado e nunca mais foi apresentado de forma diferente por mim.</p><p>Já não me lembro quanto tempo ficamos sentados na calçada aquela noite, mas foi o suficiente pra rir bastante, falar da vida, assistir o eclipse, pintar a ponta do all star dele com carvão e reclamar bastante do colégio (já que apenas uma série nos separava).</p><p>Até hoje acho engraçado porque meus pais demoraram bastante pra conhecer o Ed, mas confiaram nele desde o início. Se o Ed estava, a Bruna estava bem. Eclipse na esquina? O Ed vai, então tudo bem. Primeiro show da Bruna? Só se o Ed for com ela. Carnaval de rua? Combinei com o Ed, encontro ele lá. Festa de fim de ano no parque da cidade? Ed dirigindo, tá tudo sob controle.</p><p>São tantas memórias com esse meu melhor amigo da adolescência que eu nem me recordo unicamente de uma história, mas sim de uma sensação. E assim foi por alguns anos, até que a vida aconteceu e nossos caminhos se desviaram um pouco, então mal encontro o Ed mais.</p><p>Independentemente, acho que não importa quanto tempo passe, Ed sempre foi e sempre será tranquilidade, confiança e risos (e um pouco de revolta). Pra sempre Ed, da sempre Tampinha.</p>Bruhttp://www.blogger.com/profile/10522360999451842423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5791090499748273460.post-20506054936493750592020-09-17T10:07:00.002-03:002020-09-17T10:07:09.346-03:00#4 Mimosa<p>Sábado em um final de semana qualquer, durante algum período da primeira metade da faculdade.</p><p>Por qualquer motivo, pareceu uma boa ideia ir passar a tarde na chácara da família da Lili e tomar um banho no riacho, já que estava em época de seca e muito calor. Carlinha, Liliane, Jéssica, Maria Jéssica, Sarah e eu. De todas, claramente eu era a que menos tinha noção de natureza.</p><p>O dia teve vários pontos altos e baixos. A viagem para chegar na chácara, as piadas e histórias interessantíssimas e sem fim de Carlinha e Majeh, o riacho tão seco que mal dava para se banhar, as fotos tiradas com câmera digital, o brigadeiro de fim de dia feito pela Jéssica. Apesar de tanta coisa ótima de guardar, a lembrança fixa na minha memória é sobre o pasto.</p><p>Saindo da casa em direção ao riacho, o caminho mais curto passava no meio do pasto de algumas vacas. Lili disse: "andem devagar, sem pressa, não olhem pras vacas e não tenham medo". Sim, claro. Fomos em fila espaçada. Sendo a penúltima a passar, lembro claramente de estar mais preocupada em não pisar em cocô de vaca do que de realmente me cuidar com elas.</p><p>O caso é que provavelmente meus desvios descuidados chamaram a atenção de uma das donas do pasto, que resolveu passar na minha frente. Momento de tensão, corpo congelado, olhar fixo nos chifrinhos miúdos aquela vaca tinha. Do outro lado da cerca começam as instruções de Liliane: "Bru, FICA PARADA! Ela vai sair daí jajá". Enquanto eu tentava me lembrar como respirar sem fazer barulho, minhas amáveis colegas de turma (já em território seguro) começaram a fazer barulho para chamar a muralha que tinha se colocado entre mim e o riacho.</p><p>Foram longos e poucos segundos que hoje em dia me trazem risos leves, transformando em ridículo o pico de adrenalina que precisei controlar para seguir os poucos metros até a cerca antes de começar a rir como uma sobrevivente. Esse é o tipo de lembrança que nem parece minha mas eu fico muito feliz por ser!</p>Bruhttp://www.blogger.com/profile/10522360999451842423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5791090499748273460.post-73743602403368543362020-09-15T09:43:00.003-03:002022-02-04T15:18:19.290-03:00#3 Novos gostosEra um restaurante de sushi que eu nunca tinha ido. Enquanto Pedro falava comigo, eu estava dividindo minha atenção entre a conversa, o cardápio desconhecido e o fato de que eu nunca tinha provado nada da culinária fria japonesa que não fosse de salmão ou de camarão.<div><br /></div><div>Era meio vergonhoso, visto que tinham vários peixes no cardápio que eu nem sabia que eram usados pra fazer sushi. Por fim, optamos por pedir uma barca pequena e super variada (e eu me preparei para ficar com fome).</div><div><br /></div><div>Conversa vai, conversa vem. Nunca vi alguém tão indignado por acertarem seu signo de primeira e mal imaginávamos que eu seria uma das poucas que conseguiria em algum bom tempo.</div><div><br /></div><div>Chegada a barca, tive coragem de dizer que só gostava de salmão e camarão.</div><div><br /></div><div>Acho que nunca vou esquecer do Pedro me dando uma lição que ele talvez nem saiba que até hoje afeta meus hábitos. Ele disse: "Eu normalmente não gosto de atum, mas eu nunca provei o atum daqui". E comeu. E não gostou.</div><div><br /></div><div>Não me lembro se eu cheguei a provar o atum. Não me lembro nem qual era o restaurante. Mas eu lembro dessa frase. Eu me lembro muito.</div>Bruhttp://www.blogger.com/profile/10522360999451842423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5791090499748273460.post-1450189049003504532020-07-30T08:44:00.002-03:002020-07-30T19:06:08.879-03:00Lunardi DocesTodas as vezes que eu me lembro de 2015 e penso na época em que comecei despretensiosamente a fazer doces (bombons à época), me lembro da luta por um nome e uma logo pro meu "futuro negócio".<div>Lembro de uma vez em que gastei um bom tempo da xu e de dona mãe enquanto a gente quebrava a cabeça se deveria, ou não, ter uma referência a gatos no nome e na imagem da empresa. A ju desenhou pelo menos umas 3 opções diferentes e incríveis, com a delicadeza que ela sabe ter quando há papel e lápis em suas mãos.</div><div>Lembrar disso me faz sorrir e ter a certeza de que não havia melhor nome ou sequer outro possível que não envolvesse o nosso orgulhoso Lunardi.</div><div>De 5 anos pra cá não fui só eu virando noites, inventando coisas novas e aceitando desafios sempre que pude.</div><div>De 5 anos pra cá fomos mamain e eu indo até altas horas da noite juntas, fomos xu e eu vendendo bombons em cima de caixas de papelão e depois em cima de mesas, fomos nós 3 nos organizando, uma pra cada lado, pra que as encomendas pudessem sair.</div><div>Não sei o que seria de mim (e da Lunardi Doces) sem dona Miriam e sua habilidade com massa de biscuit e conhecimento de colorimetria. Nem imagino quantas vezes não teria sido possível terminar um bolo a tempo da entrega se não fosse ela se disponibilizando para correr a comprar algum item que eu esqueci que precisava. Tenho certeza que muitas pessoas teriam ficado sem bolo se a xu não fosse a melhor entregadora do mundo, criativa em todos os momentos e salvadora da pátria em situações onde mamain não pôde ajudar. Sem contar que com certeza eu teria desistido lá no início se não fosse o apoio constante dela e todas as vezes que me indicou por aí.</div><div>Lunardi Doces é o único nome possível porque não existiria Doces nessa família sem essa combinação de nós 3. Que sorte que eu tenho de ter uma mãe e uma irmã que me apoiam tanto. Que sorte que eu tenho de poder contar com elas. Que sorte que eu tenho.</div><div>Obrigada, mamain! Obrigada, xu! Isso nunca teria sido uma boa e longa caminhada sem vocês!</div>Bruhttp://www.blogger.com/profile/10522360999451842423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5791090499748273460.post-39812767991699718172020-07-27T09:11:00.000-03:002020-07-27T09:11:53.335-03:00#2 VivianeExistia no Rogacionista, a escola que frequentei por mais tempo, uma professora que se esforçava para tornar a literatura algo vivo e interessante. Ela cativava os alunos com poesias declamadas com emoção, resumos de livros clássicos explicados na linguagem coloquial, seus all stars como uniforme e uma paixão por questões erradas.<div>Em minha época de estudante, não entendi o que significava quando a professora precisou diminuir a quantidade de aulas que dava por semana. Isso fez ser bem difícil de entender o motivo pelo qual ela estava nos deixando no fim daquele semestre, já, tão rápido. Não impediu a nós, alunos e fãs, de fazer questão de uma despedida em grande estilo.</div><div>Já não me lembro o dia da semana, mas posso apostar que era quinta ou sexta-feira. Um grupo de estudantes que representava os alunos e fãs, no qual eu estava enfiada, saiu coletando folhas e mais folhas de papel A4 nas turmas onde Viviane dava aula. Eram cartas, desenhos, marcas, histórias e amor feito à mão. Até o prof. Aguinelo fez uma carta! Nós, representantes com boas notas e tempo livre justificável, juntamos tudo com fita adesiva, formando um imenso rolo.</div><div>Na hora da troca de aula, Viviane estava estrategicamente na sala do projetor. Ao sair, escoltada ao topo da escada como uma rainha, reparou as dezenas de alunos fora de suas salas, margeando o pátio no andar de cima e uma pista formada por cartas no térreo. Viviane foi aplaudida de forma alta e constante enquanto descia os degraus (incrédula? Não lembro). Lembro da emoção de estar ao final da pista, entregando uma flor de papel feita pelos meninos da sala e vendo a Andressa entregar um pé do seu próprio all star todo customizado.</div><div>Eu lembro da felicidade de Viviane ao ver uma carta de seu amor de infância e de como ela andou com a graciosidade de quem converteu centenas de almas aos livros. Eu lembro dos rostos das crianças, explodindo de felicidade e um pouco de pesar por estar se despedindo de uma das professoras favoritas do colégio. Foi mágico.</div>Bruhttp://www.blogger.com/profile/10522360999451842423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5791090499748273460.post-77463658599750213502020-07-23T15:35:00.002-03:002020-07-27T08:49:54.123-03:00#1 AmandaUm pouco antes de se mudar pra longe, Amanda salvou uma música no meu Spotify e disse "essa é pra você lembrar de mim. Eles são canadenses e eu vou estar no Canadá, aí quando você escutar, vai lembrar de mim".<div>A verdade é que eu nem me lembro qual música era essa e eu tenho quase certeza de que eu quase nunca escuto ela, porque não é muito meu estilo.</div><div>Mas aí eu tenho WALK THE MOON. E Carlye Rae Jepsen. E músicas de Pitch Perfect. E Cake by the Ocean. E pelo menos mais 10% das minha músicas do Spotify que tem total influência de Amanda.</div><div>E eu tenho Gravity e a lembrança de Amanda pigarreando para limpar a garganta e conseguir cantar a música a plenos pulmões, enquanto nós estávamos andando no carro dela pela asa sul. Estávamos indo levar zeldinha e bebêjork para tomar banho? Comer alguma coisa em algum lugar? Não me lembro. Mas me lembro bem dela cantando e de como eu gostei da música e do quanto eu enchi o saco dela porque lembrava um crush que ela tinha tido alguns meses antes.</div><div>Eu adoro essa memória.</div>Bruhttp://www.blogger.com/profile/10522360999451842423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5791090499748273460.post-3259340856033527032020-07-23T12:29:00.001-03:002020-07-23T12:29:11.630-03:00Livro de memóriasEu entendo o medo humano de cair no esquecimento e sofro constantemente com essa possibilidade. Acho que por isso, eu quero que as pessoas saibam que elas construíram memórias em mim ou que elas são parte de boas (ou más) memórias minhas. Elas serão eternas comigo, enquanto eu lembrar.<div>Como eu tenho tanto medo do esquecimento quanto de esquecer, resolvi começar uma série de textos para sempre lembrar. Delas e de mim, elas de mim, eu delas.</div><div>Serão memórias aleatórias e escritas com o coração, do meu jeitinho. Espero que gostem.</div>Bruhttp://www.blogger.com/profile/10522360999451842423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5791090499748273460.post-2642867478489755302019-08-03T18:34:00.001-03:002019-08-04T12:31:43.216-03:00Tchau, vó.<p dir="ltr">91 anos é tempo demais pra se viver.<br>
Nem a pessoa mais persistente e teimosa que eu conheço quis chegar nessa marca, então cá estamos nós vendo ela partir a um dia do seu aniversário.<br>
Dona Elisabeth foi criança espoleta, filha bem criada, irmã bem parceira, professora dedicada, tocadora de teclado - e piano (e órgão) -, cristã devota, esposa, mãe de um e depois de dois, deficiente física com bengala, responsável pelo coral da igreja, dona de cães, avó coruja, cozinheira de nhoque e miojo, paulista, nordestina, candanga, meio surda, desbocada, fazedora de crochê, master separadora de peças de quebra-cabeça, reclamona que só ela, professora de artesanato, viajante em prol de palavras cruzadas, mandante na organização dos potinhos na cozinha, dona dos cabelos mais bonitos (mas nunca cortados do jeito certo), a doida do aparelhinho de pressão e até bisavó.<br>
Dona Elisabeth foi muitas muitas coisas mas eu sei que cada um de nós vai ter suas próprias lembranças especiais no coração, com aquela característica mais marcante. Porque se teve uma coisa que Dona Elisabeth foi é cativante. E todo mundo sabe que tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.<br>
O eterno físico dela acabou, mas ela vai viver pra sempre em cada um de nós.</p>
Bruhttp://www.blogger.com/profile/10522360999451842423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5791090499748273460.post-82385280603327986732016-03-14T03:35:00.001-03:002016-03-14T03:35:51.226-03:00Ela<p dir="ltr">Ela sempre foi aquela que aparecia de repente só pra dar um oi e depois ia embora. Era dessas que chegava na casa de alguem querido sem avisar, só pra entregar uma surpresa gostosa. Ela sempre queria que todos experimentassem sua última invenção e nunca cobrava enquanto não tivesse aprovações suficientes (às vezes nem depois). Ela sempre tentava ter um elogio para oferecer ou alguma outra coisa que fizesse sua companhia sorrir.<br>
Ela falava em corações quentinhos, abraços apertados, mãos dadas e arrepios. Ela brincava com as palavras e se enrolava, sem saber se ainda estava falando sobre o mesmo assunto ou pelo menos sobre algo importante. Ela tentava rir de si mesma, mas às vezes ficava à beira das lágrimas de vergonha. Ela se cercava de pessoas que admirava e gostaria muito que elas soubessem disso, mas nem sempre conseguia se expressar.<br>
Ela queria ter habilidades que não tinha e virava a pessoa mais feliz do mundo quando alguem dizia que ela atendeu as expectativas. Ela tinha como objetivo jamais desistir de algo que realmente queria. Ela tinha mãos inquietas. Ela tropeçava sozinha, perdia o equilíbrio quando estava parada e trombava com objetos em todos os lugares, mas nunca deixava passar a oportunidade de seguir uma linha reta, pé ante pé. Ela era viciada em pisar em folhas secas.<br>
Ela acreditava em ruas tranquilas, papos sem fins, amizades para sempre, conversas felinas e olhos brilhantes. Ela colecionava moedas bonitas, livros favoritos e cicatrizes com boas histórias. Ela tinha medo de se frustrar, então evitava fazer planos e economizava em seus sonhos de vida. Ela sonhava muito quando dormia... quase nunca eram coisas que faziam sentido, mas muitas vezes faziam rir (a ela e aos amigos). Ela gostava muito de rir.<br>
Tantas coisas sobre ela que são tão sutis. Tantas coisas sobre ela que passam tão despercebidas. Tantas coisas sobre ela que ela mesma não percebe. Enfim... todas as coisas sobre ela que são justamente o que a fizeram ser como é.</p>
Bruhttp://www.blogger.com/profile/10522360999451842423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5791090499748273460.post-6058300829358344002016-03-02T01:20:00.001-03:002016-03-02T01:20:25.460-03:00É quase simples<p dir="ltr">Eu não quero acordar, mas o despertador já tocou.<br>
Eu não quero levantar da cama, mas preciso sair.<br>
Eu não quero comer, mas preciso me sustentar em pé.<br>
Eu não quero dirigir, mas preciso chegar ao trabalho.<br>
Eu não quero ouvir música, mas preciso não pensar um pouco.<br>
Eu não quero trabalhar, mas preciso receber o salário.<br>
Eu não quero almoçar com a equipe, mas preciso socializar.<br>
Eu não quero voltar para o escritório, mas o trabalho ainda não foi finalizado.<br>
Eu não quero voltar pra casa, mas tenho tarefas para fazer.<br>
Eu não quero dormir, mas preciso acordar amanhã.</p>
<p dir="ltr">E no fim, não é uma birra... é só uma falta de vontade e de perspectiva tão profundas que nenhuma motivação é suficiente. É só mais um daqueles períodos escuros em que a luz no fim do túnel oscila e a força de vontade pra continuar quase se esvai.</p>
<p dir="ltr">É só um dia ruim... seguido de outro e de outro.</p>
<p dir="ltr">Mas uma hora melhora. Uma hora acaba.</p>
Bruhttp://www.blogger.com/profile/10522360999451842423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5791090499748273460.post-25119663312262999702015-08-14T07:03:00.001-03:002015-08-14T07:03:58.628-03:00Talvez uma droga<p dir="ltr">O corpo inteiro parece conduzir uma corrente elétrica, resumindo bem.<br>
O coração bate forte e, se eu me concentrar, consigo sentir a pressão batendo nas pontas dos dedos. Não sei se é o frio mas não paro de tremer... dos pés à cabeça. De repente percebo como estou completamente ciente de todos os meus movimentos e de como as luzes são claras. Não consigo dormir mais, mesmo que tenha fechado os olhos por apenas uma hora. Não devo ter sonhado com nada (pelo menos não lembro de nenhum sonho) mas parece que não me mexi nem meio centímetro durante o sono. Pensamentos passam pela minha mente como carros numa rodovia... mal consigo ver a cor de cada um. Sinto como se fosse explodir.<br>
Isso sou eu sob efeito de 3 latas de energético, depois de uma noite comum de balada com as amigas. Não misturei com nada, não bebi nenhum refrigerante e nem água.<br>
Nunca teve um efeito desses.<br>
Eu me sinto bem.<br>
Mas talvez eu não deva fazer isso de novo... realmente acordei achando que ia explodir.</p>
Bruhttp://www.blogger.com/profile/10522360999451842423noreply@blogger.com0