
domingo, 30 de setembro de 2012
Dão-se conselhos e opiniões.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012
As três
Cortinas abertas, telhado exposto, diferentes pontos de vista. As minhas 3 queridas: a Eterna, a Fuga e a Escondida. Amigas, companheiras, confidentes e sempre sinceras... Não há um dia que eu não sinta saudades delas. Cada uma a seu modo, todas sempre estavam lá comigo e para mim. E hoje eu escrevo porque bateu a saudade. Veio aquela vontade louca de tê-las todas perto de mim de novo. Ah, as minhas preciosas janelas...
Lembro como se fosse agora... Mesmo com cortinas e telas, eu sempre podia ir longe, vagando pelo céu azul ou sendo levada pelas gotas de chuva. Tantas lembranças! Tantos momentos! Ah, como ainda é fresco na minha memória: de manhã eu corria para a Eterna, para saborear o nascer-do-sol e conseguir decidir se o dia que me aguardava seria quente ou frio - inúmeras foram as vezes em que eu não soube interpretar bem; de tarde eu me acomodava no computador e virava a cadeira para a Escondida... Pequena e quebrada, dificilmente ficava aberta mas ainda assim era a mais requisitada para iluminação; e à noite eu juntava meus fones de ouvido, algum edredom bem fofinho e catava o travesseiro mais próximo, com cuidado abria a Fuga, tirava a tela e me instalava no telhado com todo o sentimento que eu conseguisse carregar. Ah, como eu sinto falta!
A mordomia de pendurar a rede e ler algum livro tendo a Eterna como plano de fundo, a calmaria de escrever textos, comer sushi ou apenas tirar um cochilo olhando as estrelas e o alívio de abrir a Escondida e fazer as unhas ou esquentar os pés nos riscos de luz que formavam no chão. Sem contar que, durante o sono, ainda podia aproveitar o vento que entrava por alguma das queridas janelas. Não há palavra que defina melhor esse meu sentimento do que a clássica "saudade".
Pode-se dizer que eu sempre tive o sonho de morar num "sótão" mas esse lugar que eu chamava de quarto até pouco mais de 3 meses atrás era simplesmente melhor que o sonho. Valia a pena o calor, o frio, o carpete molhado e o teto baixo. Valia a solidão e a falta de privacidade. Valia até todos os problemas que já apontaram no meu quarto. Pra mim aquele era meu pedacinho de paraíso e meu primeiro sonho infantil realizado, algo que nunca esquecerei e ainda vou sentir falta por um boom tempo. Meus maiores agradecimentos, claro, para a Eterna, a Fuga e a Escondida, minhas queridas e preciosas.
Ps: Acho que é a primeira vez que eu anexo uma foto minha na postagem mas é só porque ela foi basicamente minha inspiração para esse texto. (Essa é a Fuga)
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
Parecia...
Não, não éramos. Talvez já tenhamos sido... No fundo não importa o que, pois nunca assumimos. Sempre fugimos de rótulos, o que facilitava a furtividade dos nossos olhares. Talvez por isso estar com você é como voltar pra casa: a familiaridade do caminho me permite procurar meus detalhes favoritos na paisagem. Nesse caso a minha paisagem são seus gestos, sorrisos e palavras. Tão vivos na minha memória que eu poderia descrever como se desse um endereço. Fazer o que, sou detalhista...
Sou detalhista a ponto de pensar nos segundos e esquecer as horas. Mas, lá no fundo, o tempo pra mim parece nada. Não modifica, não intensifica e nem interfere... Só passa. Passa e não leva esse calor que me sufoca, as risadas sinceras e as besteiras que não há como escapar de fazer. O tempo só nos leva. Hoje ele teve calma mas os passatempos tiveram pressa. Quem me dera não ter motivos pra ir embora. Quem me dera mais: quanto eu queria ter motivos pra ficar.
Mas aí eu fui embora. Você foi embora. O problema é que metade de mim veio... Mas a outra metade ficou com você.