quinta-feira, 30 de julho de 2020

Lunardi Doces

Todas as vezes que eu me lembro de 2015 e penso na época em que comecei despretensiosamente a fazer doces (bombons à época), me lembro da luta por um nome e uma logo pro meu "futuro negócio".
Lembro de uma vez em que gastei um bom tempo da xu e de dona mãe enquanto a gente quebrava a cabeça se deveria, ou não, ter uma referência a gatos no nome e na imagem da empresa. A ju desenhou pelo menos umas 3 opções diferentes e incríveis, com a delicadeza que ela sabe ter quando há papel e lápis em suas mãos.
Lembrar disso me faz sorrir e ter a certeza de que não havia melhor nome ou sequer outro possível que não envolvesse o nosso orgulhoso Lunardi.
De 5 anos pra cá não fui só eu virando noites, inventando coisas novas e aceitando desafios sempre que pude.
De 5 anos pra cá fomos mamain e eu indo até altas horas da noite juntas, fomos xu e eu vendendo bombons em cima de caixas de papelão e depois em cima de mesas, fomos nós 3 nos organizando, uma pra cada lado, pra que as encomendas pudessem sair.
Não sei o que seria de mim (e da Lunardi Doces) sem dona Miriam e sua habilidade com massa de biscuit e conhecimento de colorimetria. Nem imagino quantas vezes não teria sido possível terminar um bolo a tempo da entrega se não fosse ela se disponibilizando para correr a comprar algum item que eu esqueci que precisava. Tenho certeza que muitas pessoas teriam ficado sem bolo se a xu não fosse a melhor entregadora do mundo, criativa em todos os momentos e salvadora da pátria em situações onde mamain não pôde ajudar. Sem contar que com certeza eu teria desistido lá no início se não fosse o apoio constante dela e todas as vezes que me indicou por aí.
Lunardi Doces é o único nome possível porque não existiria Doces nessa família sem essa combinação de nós 3. Que sorte que eu tenho de ter uma mãe e uma irmã que me apoiam tanto. Que sorte que eu tenho de poder contar com elas. Que sorte que eu tenho.
Obrigada, mamain! Obrigada, xu! Isso nunca teria sido uma boa e longa caminhada sem vocês!

segunda-feira, 27 de julho de 2020

#2 Viviane

Existia no Rogacionista, a escola que frequentei por mais tempo, uma professora que se esforçava para tornar a literatura algo vivo e interessante. Ela cativava os alunos com poesias declamadas com emoção, resumos de livros clássicos explicados na linguagem coloquial, seus all stars como uniforme e uma paixão por questões erradas.
Em minha época de estudante, não entendi o que significava quando a professora precisou diminuir a quantidade de aulas que dava por semana. Isso fez ser bem difícil de entender o motivo pelo qual ela estava nos deixando no fim daquele semestre, já, tão rápido. Não impediu a nós, alunos e fãs, de fazer questão de uma despedida em grande estilo.
Já não me lembro o dia da semana, mas posso apostar que era quinta ou sexta-feira. Um grupo de estudantes que representava os alunos e fãs, no qual eu estava enfiada, saiu coletando folhas e mais folhas de papel A4 nas turmas onde Viviane dava aula. Eram cartas, desenhos, marcas, histórias e amor feito à mão. Até o prof. Aguinelo fez uma carta! Nós, representantes com boas notas e tempo livre justificável, juntamos tudo com fita adesiva, formando um imenso rolo.
Na hora da troca de aula, Viviane estava estrategicamente na sala do projetor. Ao sair, escoltada ao topo da escada como uma rainha, reparou as dezenas de alunos fora de suas salas, margeando o pátio no andar de cima e uma pista formada por cartas no térreo. Viviane foi aplaudida de forma alta e constante enquanto descia os degraus (incrédula? Não lembro). Lembro da emoção de estar ao final da pista, entregando uma flor de papel feita pelos meninos da sala e vendo a Andressa entregar um pé do seu próprio all star todo customizado.
Eu lembro da felicidade de Viviane ao ver uma carta de seu amor de infância e de como ela andou com a graciosidade de quem converteu centenas de almas aos livros. Eu lembro dos rostos das crianças, explodindo de felicidade e um pouco de pesar por estar se despedindo de uma das professoras favoritas do colégio. Foi mágico.

quinta-feira, 23 de julho de 2020

#1 Amanda

Um pouco antes de se mudar pra longe, Amanda salvou uma música no meu Spotify e disse "essa é pra você lembrar de mim. Eles são canadenses e eu vou estar no Canadá, aí quando você escutar, vai lembrar de mim".
A verdade é que eu nem me lembro qual música era essa e eu tenho quase certeza de que eu quase nunca escuto ela, porque não é muito meu estilo.
Mas aí eu tenho WALK THE MOON. E Carlye Rae Jepsen. E músicas de Pitch Perfect. E Cake by the Ocean. E pelo menos mais 10% das minha músicas do Spotify que tem total influência de Amanda.
E eu tenho Gravity e a lembrança de Amanda pigarreando para limpar a garganta e conseguir cantar a música a plenos pulmões, enquanto nós estávamos andando no carro dela pela asa sul. Estávamos indo levar zeldinha e bebêjork para tomar banho? Comer alguma coisa em algum lugar? Não me lembro. Mas me lembro bem dela cantando e de como eu gostei da música e do quanto eu enchi o saco dela porque lembrava um crush que ela tinha tido alguns meses antes.
Eu adoro essa memória.

Livro de memórias

Eu entendo o medo humano de cair no esquecimento e sofro constantemente com essa possibilidade. Acho que por isso, eu quero que as pessoas saibam que elas construíram memórias em mim ou que elas são parte de boas (ou más) memórias minhas. Elas serão eternas comigo, enquanto eu lembrar.
Como eu tenho tanto medo do esquecimento quanto de esquecer, resolvi começar uma série de textos para sempre lembrar. Delas e de mim, elas de mim, eu delas.
Serão memórias aleatórias e escritas com o coração, do meu jeitinho. Espero que gostem.