segunda-feira, 27 de setembro de 2010

E então só sobra o vazio de algo tão bom que um dia durou para sempre.

Eu não queria ver, mesmo que todos os sinais estivessem desenhados com tinta neon. Eu não queria ouvir, mesmo que tantas pessoas diferentes me dissessem as mesmas coisas. Eu não queria perceber, mesmo que pequenos detalhes fossem extremamente gritantes. Eu não queria acreditar, mesmo sabendo que terminaria assim. De uma forma geral, eu não queria que fosse desse jeito.


Eu estou bem e assim vou ficar. Não sinto raiva, não guardo rancor. Não estou triste, ou indiferente, e nem planejando vingança. Eu apenas tenho um vazio no meu peito, o lugar onde antes tinha você. Porque eu sei, apesar de tudo que foi dito, que nada será como antes - nunca.

Infelizmente, agora acabou. Nenhuma mentira mais foi contada e todas que haviam sido, foram desmentidas. Pensar faz mal mas só sentir tambem, não tem como escapar. Sei que não vai durar para sempre esse estado, mas até ele passar vai ser meio estranho. Não poder contar com você talvez seja o pior. Por mais que você diga que eu posso, eu não posso mais. Pelo menos não por enquanto...


Essa falta de sentimento é muito incômoda, porque não é mais fácil. E eu não consigo chegar à nenhuma conclusão absoluta no momento... E a única coisa que aparece na minha mente é um trecho de uma música do Leoni:


"O que me dá raiva não é o que você fez de errado, nem seus muitos defeitos, nem você ter me deixado, nem seu jeito fútil de falar da vida alheia, nem o que eu não vivi - aprisionado em sua teia. O que me dá raiva são as flores e os dias de sol, são os seus beijos e o que eu tinha sonhado pra nós... São seus olhos e mãos, e seu abraço protetor. É o que vai me faltar... O que fazer do meu amor?"
( http://letras.terra.com.br/leoni/181103 )


E eu estou realmente bem agora, apesar de não parecer (eu sei)...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Fidelidade inocente


Não pense que um dia vou te abandonar, largar mão de você. Pode não ser a atitude mais esperta do mundo mas é algo que eu provavelmente nunca farei. Com isso não quero dizer que nunca vou perder contato ou que farei questão de falar contigo sempre. Apenas quero deixar claro que sempre estarei por perto caso você precise de alguém (mesmo que não seja exatamente eu).

Simplesmente porque eu me importo com você. Eu quero sempre te ver feliz ou pelo menos bem. Me contentaria com sua alegria até se a causa não fosse eu - mesmo que isso doesse um pouco (ou muito) em mim - e me conformaria que não se pode ganhar todas as vezes. Confesso que talvez me afastasse um pouco em um momento como esse (sou humana, afinal), mas não seria por um pequeno capricho de orgulho que eu ignoraria sua cara fechada ou triste.

Se existem pessoas das quais eu não consigo guardar rancor, são aquelas que eu amo. Talvez guarde alguma desconfiança mas só se for justificada. De qualquer forma, em algum momento eu vou deixar de lado tudo que aconteceu e me deixou triste para seguir em frente.

Então sim, eu serei (insira aqui o adjetivo que achar apropriado) sempre. Podem passar anos, e durante eles talvez você nem lembre mais a minha cara, mas, se em algum dia nos virmos e não houver nenhum sinal negativo, eu vou te tratar como sempre te tratei. Porque tem uma parte de mim que é apenas sua: aquela que você cativou.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Resgate de postagem

""A dor é um evento. Ela acontece com você, e você lida com ela da melhor maneira possível."

- O vendedor de armas (Hugh Laurie)

Assim como a dor, a mudança é um evento.
Muitas pessoas lidam com ela celebrando, outras chorando e outras sendo indiferentes (ou pelo menos tentando).
Há também quem use uma mudança como pretexto para mudar mais alguma coisa que só faltasse coragem para fazê-lo. Conheço quem corta os cabelos, pinta e alisa, quem muda a organização do quarto ou da sala e uma ou outra que renova o guarda-roupa inteiro.
Eu não sei lidar com mudanças e, mesmo prometendo usá-la como um pretexto também, nunca consigo. Meu conservadorismo é crítico em relação a mim e o máximo que me permito é pintar minhas unhas de uma cor nova (claro, com a acetona do lado pra poder tirar em qualquer emergência - principalmente arrependimento).
Dessa vez não foi muito diferente: faculdade, pessoas novas, mundo novo, ninguém sabe nada de mim e nem tenta adivinhar ou supor e eu, já de cara imaginando uma nova luzinha piscando na parede das características com o nome "Comunicativa", achei que esse seria o momento certo para ser vista de outro modo que não o antigo (mal-humorada, chata, reclamona).
Por sorte, talvez, vi os dois primeiros dias passarem e eu, mais uma vez, estava de braços cruzados, como se esperasse que alguma coisa me sacudisse até toda a pele velha se soltar e eu conseguir me mover (pra frente, de preferência)."
Em 30 de março de 2010
Bem, posso dizer que eu nem lembro mais como sucederam os dias seguintes ? Pois é. Mas provavelmente eu não tomei iniciativa alguma. De qualquer modo, agora estou caminhando para o 2º semestre de curso, com bons colegas e quase amigas que pretendo levar adiante. No geral, acho que eu soube lidar bem com essa mudança.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Dura realidade figurada



Ultimamente tenho andado a esmo e, num dia muito nublado, acabei tropeçando e caindo em mim. Não diria que foi a coisa mais agradável dos últimos tempos, pois não foi. A queda nunca teve fim, fiquei suspensa, paralela a algo espelhado mas ao mesmo tempo translúcido. Não era agradável mesmo. A imagem refletida estava parada e era clara e obviamente a minha, mas com falhas largas e não suficientemente espaçadas que maculavam a integridade da figura, então foi basicamente por traços marcantes que me reconheci.

Eu não era obrigada a ficar ali, olhando tudo com muito cuidado e minúcia, porém uma mania minha é observar os detalhes. Os olhos foram os primeiros da minha lista de análise. Congelados e sem brilho, não me diziam nada e eu tambem nada perguntei. Os punhos estavam cruzados, sofrendo a leve ação da gravidade, e as mãos estavam semi-fechadas. Meu olhar captou e logo se desinteressou pelos pés, que estavam em posição de passada, como no meio de uma caminhada. Não era nada que eu não visse todos os dias num espelho, então só me restou tentar achar algum sentido nas falhas.

Percebi que em algumas havia apenas o vazio, um buraco sem fundo que não tinha sentido, mas na maioria eu consegui ver rostos, objetos, palavras... Tudo muito conhecido, muito amado e sem conexões. Todos aparecendo meio esfumados por trás da imagem, nas partes transparentes. Aquilo com certeza me disse muito e, como Sherlock, juntei todas as pistas. O que me mantia pendendo sobre o tal espelho eram certamente fios de ignorância: pois, ao entender, eles cederam e eu realmente caí. Foi ruim e doloroso, mais desagradável do que ficar suspensa.

Assim que pude levantei-me e saí de lá. Infelizmente não é algo que consegui apagar da minha memória ainda por conta do corriqueiro acesso de lembranças ruins nos meus sonhos. Por outro lado, felizmente passo a maior parte do tempo acordada e posso direcionar meus pensamentos (ou pelo menos tentar).



Por enquanto é apenas metáfora. A história real não pode ser imposta, e sim contada a quem realmente queira saber.