quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

#7 Filmes clássicos e clipes de papel

Curiosamente, uma das épocas em que eu mais aprendi sobre convívio social foi durante meu primeiro estágio da faculdade. Eram 5 horas por dia, que eu normalmente fazia à tarde, chegando correndo da UnB depois do almoço e às vezes voltando correndo também, para as aulas da noite.

Não precisa me conhecer muito pra saber que sou tímida, mas naquela época eu era um verdadeiro bichinho do mato. Até hoje fico fascinada com a sorte que tive de ser tão bem acolhida e mimada por todos os meus "chefinhos" da divisão. Não tive a mesma sorte com o estágio seguinte, onde o mundo começou a me mostrar suas garras e dentes, mas é conversa para outra situação.

Acontece que não existe lembrar do estágio e não lembrar de como eu fui arrastada pra fora da minha concha confortável, onde eu só precisava falar com quem sorria pra mim ou me tratava bem (pois é, batendo na porta dos 20 anos e ainda agindo como uma criança assustada, veja só). O lugar e a época onde eu tinha tão poucas responsabilidades profissionais que uma das minhas missões diárias era desenhar num jardinzinho zen que havia na mesa de um dos meus supervisores.

Dentre todas as lembranças divertidíssimas, vergonhosas, felizes e chocantes que eu tenho desses dias, eu sempre penso com carinho na vez em que estava conversando coisas rotineiras com o Diego e eu contei que nunca havia assistido Star Wars ou Senhor dos anéis ou que havia dormido assistindo O Poderoso Chefão. Neste ponto de interesse específico a memória falha, mas o que mais me faz rir é lembrar que a resposta automática deste homem foi encher a mão de clipes de papel e me bombardear com um por vez, reclamando do absurdo que eu tinha acabado de falar.

É das coisas da vida que eu fico feliz de ter vivido, porque foi tão inesperado e ridículo que não tem como não marcar na história como algo a ser contado. Eram dias felizes e eu sabia. Que saudade da "minha" GESAD 01.