quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Contrariando

Gosto de pensar que a minha vida depende unicamente de mim. É mais fácil. (Mesmo que não seja verdade).
Sabe ? Pensar: ou eu faço ou eu não faço, ou eu digo ou não digo. E, mesmo que minhas opções derivem das ações e atitudes de outras pessoas, quem vai escolher sou... eu! Como se no final das contas eu estivesse decidindo muita coisa, não é ? Pior: como se eu soubesse/conseguisse/gostasse de decidir por mim e pelos outros.

Às vezes acho que sou contraditória desse jeito porque eu generalizo tudo, pensando só por um lado. Esqueço quão relativas são as coisas.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Brasil-il-il!


"Dos filhos deste solo és mãe gentil, pátria amada, Brasil!"

Hino Nacional - Joaquim Osório Duque Estrada

Sim, é mãe.
É mãe que dá o melhor de si para cuidar de cada filho enquanto tem que lidar com os problemas de casa e do trabalho. É mãe que faz de tudo para não faltar nada para ninguém, mesmo que isso signifique repassar roupas do filho mais velho para o caçula. É mãe que cansa, sente e chora, mas que nunca dá as costas para quem precisa. É mãe que sofre com reclamações e é até renegada pelos filhos rebeldes, que não sabem valorizar o que tem. É mãe.

Sempre achei o hino nacional belíssimo! Rebuscado, cantado pelo Exército Brasileiro e executado pela banda, provavelmente é a música que mais ouvi e cantei na minha vida (levando em consideração os feriados patriotas e as sextas-feiras antes da aula). Digo que tenho orgulho de saber cantar sem errar quase nada (algumas palavras me complicam a vida). E foi por isso que quinta eu fiquei tão chocada.

Era mais uma aula de Introdução à Sociologia, com a querida professora argentina Maria Eloísa. Ela estava falando sobre algum assunto que eu não entendia, pra variar um pouco, e eu estava ligada no automático, ouvindo sem absorver. De repente meus ouvidos captaram algo sobre nacionalismo e a falta dele no Brasil. E então a professora começou a falar do Hino. Ela pediu pra falarem trechos e em seguida pra alguem cantá-lo. Falei algumas coisas em voz baixa com a minha amiga, por questão de vergonha, e esperei... ninguém se manifestou - nem os super-participativos, queridinhos da professora. Será mesmo que todos estavam com vergonha também ou a galera simplesmente não sabia o hino do próprio país ?

Tudo bem, aconteceu, fiquei chocada e passou. Mas eu não entendo! Por algum motivo não existe patriotismo presente no sangue brasileiro. Algum motivo bem estranho que eu desconheço. Então hoje eu estava passeando pelo Tumblr de uma amiga e vi um texto escrito por uma holandesa que me lembrou esse assunto, e eu queria muito compartilhar! O texto é esse. Espero que gostem e reflitam um pouco. Se você também for apaixonada por essa nação, alegre-se! Se não, leia com atenção e perceba o quanto vale a pena amar o lugar onde você nasceu ou onde mora.

Eu amo meu país, mesmo com todos os defeitos. E você ?

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Carta confissão.

Escrevo coisas querendo que você as leia e, mais ainda, que as aprove!
Escrevo na esperança de alguma coisa realmente fazer sentido pra você, entre todas as minhas metáforas e palavras opostas.
Passo realmente muito tempo pensando em algum jeito de dizer coisas bonitas ou fazer algo que passe pelo menos um pouco do gigante carinho que eu sinto por você.
Me visto com roupas que penso que você gostaria e tento ficar linda aos seus olhos, quero ser sua preciosidade.
Procuro ser sempre franca e fazer tudo do modo que você me ensinou que era certo. Me esforço pra ir além do que você espera, e mais do que ía antes. Não ficarei satisfeita nunca, porque você me faz querer ser melhor - você me dá vontade de ser tudo.

Meu sonho é ser seu maior orgulho, assim como você é o meu.

domingo, 3 de outubro de 2010

Ladra de emoções


Quero livros. Logo.

Preciso de prosa ou poesia. Drama, ficção, romance, comédia, assassinato, contos infanto-juvenis ou crônicas. Anseio por todo o ecletismo que me ofertem. Desejo toda a paixão que só palavras podem me oferecer. A sedução afinada das tramas e os personagens envolventes. Quero sentir fúrias e mágoas e quero apaixonar-me.

Mergulhada em sensações alheias, quero experimentar todas e absorver um pouco de cada uma. Conhecer lugares que não existem, provar gostos e cheiros, sentir toques e temperaturas. Quero atender por nomes novos, receber elogios diferentes e ter realizações, frustrações e satisfações maiores.

O momento é para desconhecer e desprender dessa vida. Simples: quero tornar-me uma completa estranha deste corpo por um tempo. Entrar de cabeça numa história que não seja a minha e roubar brevemente essa existência (mesmo que fictícia).

Convêm lembrar que um dia eu voltarei. Talvez não a mesma, mas com certeza não menos do que isso.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

E então só sobra o vazio de algo tão bom que um dia durou para sempre.

Eu não queria ver, mesmo que todos os sinais estivessem desenhados com tinta neon. Eu não queria ouvir, mesmo que tantas pessoas diferentes me dissessem as mesmas coisas. Eu não queria perceber, mesmo que pequenos detalhes fossem extremamente gritantes. Eu não queria acreditar, mesmo sabendo que terminaria assim. De uma forma geral, eu não queria que fosse desse jeito.


Eu estou bem e assim vou ficar. Não sinto raiva, não guardo rancor. Não estou triste, ou indiferente, e nem planejando vingança. Eu apenas tenho um vazio no meu peito, o lugar onde antes tinha você. Porque eu sei, apesar de tudo que foi dito, que nada será como antes - nunca.

Infelizmente, agora acabou. Nenhuma mentira mais foi contada e todas que haviam sido, foram desmentidas. Pensar faz mal mas só sentir tambem, não tem como escapar. Sei que não vai durar para sempre esse estado, mas até ele passar vai ser meio estranho. Não poder contar com você talvez seja o pior. Por mais que você diga que eu posso, eu não posso mais. Pelo menos não por enquanto...


Essa falta de sentimento é muito incômoda, porque não é mais fácil. E eu não consigo chegar à nenhuma conclusão absoluta no momento... E a única coisa que aparece na minha mente é um trecho de uma música do Leoni:


"O que me dá raiva não é o que você fez de errado, nem seus muitos defeitos, nem você ter me deixado, nem seu jeito fútil de falar da vida alheia, nem o que eu não vivi - aprisionado em sua teia. O que me dá raiva são as flores e os dias de sol, são os seus beijos e o que eu tinha sonhado pra nós... São seus olhos e mãos, e seu abraço protetor. É o que vai me faltar... O que fazer do meu amor?"
( http://letras.terra.com.br/leoni/181103 )


E eu estou realmente bem agora, apesar de não parecer (eu sei)...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Fidelidade inocente


Não pense que um dia vou te abandonar, largar mão de você. Pode não ser a atitude mais esperta do mundo mas é algo que eu provavelmente nunca farei. Com isso não quero dizer que nunca vou perder contato ou que farei questão de falar contigo sempre. Apenas quero deixar claro que sempre estarei por perto caso você precise de alguém (mesmo que não seja exatamente eu).

Simplesmente porque eu me importo com você. Eu quero sempre te ver feliz ou pelo menos bem. Me contentaria com sua alegria até se a causa não fosse eu - mesmo que isso doesse um pouco (ou muito) em mim - e me conformaria que não se pode ganhar todas as vezes. Confesso que talvez me afastasse um pouco em um momento como esse (sou humana, afinal), mas não seria por um pequeno capricho de orgulho que eu ignoraria sua cara fechada ou triste.

Se existem pessoas das quais eu não consigo guardar rancor, são aquelas que eu amo. Talvez guarde alguma desconfiança mas só se for justificada. De qualquer forma, em algum momento eu vou deixar de lado tudo que aconteceu e me deixou triste para seguir em frente.

Então sim, eu serei (insira aqui o adjetivo que achar apropriado) sempre. Podem passar anos, e durante eles talvez você nem lembre mais a minha cara, mas, se em algum dia nos virmos e não houver nenhum sinal negativo, eu vou te tratar como sempre te tratei. Porque tem uma parte de mim que é apenas sua: aquela que você cativou.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Resgate de postagem

""A dor é um evento. Ela acontece com você, e você lida com ela da melhor maneira possível."

- O vendedor de armas (Hugh Laurie)

Assim como a dor, a mudança é um evento.
Muitas pessoas lidam com ela celebrando, outras chorando e outras sendo indiferentes (ou pelo menos tentando).
Há também quem use uma mudança como pretexto para mudar mais alguma coisa que só faltasse coragem para fazê-lo. Conheço quem corta os cabelos, pinta e alisa, quem muda a organização do quarto ou da sala e uma ou outra que renova o guarda-roupa inteiro.
Eu não sei lidar com mudanças e, mesmo prometendo usá-la como um pretexto também, nunca consigo. Meu conservadorismo é crítico em relação a mim e o máximo que me permito é pintar minhas unhas de uma cor nova (claro, com a acetona do lado pra poder tirar em qualquer emergência - principalmente arrependimento).
Dessa vez não foi muito diferente: faculdade, pessoas novas, mundo novo, ninguém sabe nada de mim e nem tenta adivinhar ou supor e eu, já de cara imaginando uma nova luzinha piscando na parede das características com o nome "Comunicativa", achei que esse seria o momento certo para ser vista de outro modo que não o antigo (mal-humorada, chata, reclamona).
Por sorte, talvez, vi os dois primeiros dias passarem e eu, mais uma vez, estava de braços cruzados, como se esperasse que alguma coisa me sacudisse até toda a pele velha se soltar e eu conseguir me mover (pra frente, de preferência)."
Em 30 de março de 2010
Bem, posso dizer que eu nem lembro mais como sucederam os dias seguintes ? Pois é. Mas provavelmente eu não tomei iniciativa alguma. De qualquer modo, agora estou caminhando para o 2º semestre de curso, com bons colegas e quase amigas que pretendo levar adiante. No geral, acho que eu soube lidar bem com essa mudança.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Dura realidade figurada



Ultimamente tenho andado a esmo e, num dia muito nublado, acabei tropeçando e caindo em mim. Não diria que foi a coisa mais agradável dos últimos tempos, pois não foi. A queda nunca teve fim, fiquei suspensa, paralela a algo espelhado mas ao mesmo tempo translúcido. Não era agradável mesmo. A imagem refletida estava parada e era clara e obviamente a minha, mas com falhas largas e não suficientemente espaçadas que maculavam a integridade da figura, então foi basicamente por traços marcantes que me reconheci.

Eu não era obrigada a ficar ali, olhando tudo com muito cuidado e minúcia, porém uma mania minha é observar os detalhes. Os olhos foram os primeiros da minha lista de análise. Congelados e sem brilho, não me diziam nada e eu tambem nada perguntei. Os punhos estavam cruzados, sofrendo a leve ação da gravidade, e as mãos estavam semi-fechadas. Meu olhar captou e logo se desinteressou pelos pés, que estavam em posição de passada, como no meio de uma caminhada. Não era nada que eu não visse todos os dias num espelho, então só me restou tentar achar algum sentido nas falhas.

Percebi que em algumas havia apenas o vazio, um buraco sem fundo que não tinha sentido, mas na maioria eu consegui ver rostos, objetos, palavras... Tudo muito conhecido, muito amado e sem conexões. Todos aparecendo meio esfumados por trás da imagem, nas partes transparentes. Aquilo com certeza me disse muito e, como Sherlock, juntei todas as pistas. O que me mantia pendendo sobre o tal espelho eram certamente fios de ignorância: pois, ao entender, eles cederam e eu realmente caí. Foi ruim e doloroso, mais desagradável do que ficar suspensa.

Assim que pude levantei-me e saí de lá. Infelizmente não é algo que consegui apagar da minha memória ainda por conta do corriqueiro acesso de lembranças ruins nos meus sonhos. Por outro lado, felizmente passo a maior parte do tempo acordada e posso direcionar meus pensamentos (ou pelo menos tentar).



Por enquanto é apenas metáfora. A história real não pode ser imposta, e sim contada a quem realmente queira saber.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Glu glu glu

O tempo voa quando precisamos que passe devagar e se arrasta quando não aguentamos mais esperar. Constato esse fato todos os dias quando a minha ansiedade começa a bater na porta. Eu sei que quem sofre na véspera é peru mas não tem jeito.

Sim, eu sofro por antecipação - e muito e sempe.


Sofrer por antecipação é lei na minha vida. Eu sofro por tudo: na espera por provas, datas, respostas e até por coisas que eu nem sei se vão acontecer. Mas nem sempre é algo ruim. Eu, por exemplo, adoro contar os dias, horas e minutos pra acontecimentos legais, apesar de penar horrores quando estou com medo de fazer alguma prova que não sou muito boa.
E tanto já estou acostumada com a minha ansiedade crônica que a classifiquei em boa, chata ou desesperadora. A chata é aquela que me força a olhar o relógio a cada dois minutos na esperança de que uma hora já tenha passado e sempre convém em momentos de espera como pré-reencontros ou antes de anunciarem listas de resultados, sempre momentos repletos de tédio. Enquanto a desesperadora é um patamar mais alto e pode até me fazer perder o sono de tanta preocupação ou felicidade. E a boa ? Ah, a boa é aquela que precede a festa, a finalização. Esse sofrimento que me enche de coisas pra fazer, faz-me explodir em mil para realizar tudo e, ao fim, me deixa com uma sensação de dever cumprido impagável.

Independentemente, é algo que sempre me acompanhará. Mesmo que eu reprima, terá sempre algum átomo dentro de mim pulando pra cá e pra lá, fazendo coisas e olhando no relógio, roendo unhas. O que posso dizer ? Pareço de aço, mas ainda sou humana. Se não crio expectativas sobre o que vai acontecer, preciso pelo menos ansiar pelo momento que está por vir. Hehe

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Certos detalhes

Alguns certos detalhes - como o brilho dos seus olhos, o quase branco do seu sorriso e a doçura do seu perfume - me carregam todos os dias para uma semi-realidade de sonhos e jogos, onde o amanhã nunca acontece e o ontem ninguém sabe onde foi parar.
São coisas pequenas - eu sei - que você provavelmente não espera que eu enxergue ou dê atenção, mas foram justamente elas que me fizeram ver-te inteiro.
Foram, são e sempre serão certos os detalhes que me fazem esquecer do mundo quando sinto que você está perto.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

E quando eu morrer ?

O que vai sobrar ? Do que vão lembrar ? E por quanto tempo ?

Não, no momento eu não estou falando do assunto polêmico que é a pós-vida. Eu simplesmente estou levantando uma questão que surgiu agora na minha mente: E o pós-morte ? Pior: e a minha pós-morte ?

Um assunto sombrio, meio emo e bem irrelevante, é verdade, mas eu realmente me pergunto como será... Como será o meu caixão ? Quais flores estarão sobre ele ? Vão respeitar alguma preferência minha que eu tenha pedido enquanto viva ? Como meus conhecidos vão saber do enterro ? E duas muito comuns: Quantas pessoas estarão lá ? Por quanto tempo depois lembrarão de mim ?

Mas, sinceramente, o que me mexeu de verdade a ponto de querer escrever tudo isso agora foi o seguinte: Pelo quê serei lembrada ?

Como possível futura contadora, não acho que vá mudar grandes coisas na vida das pessoas a partir da minha profissão.
Pelos amigos e parentes - talvez até marido e filhos -, esses provavelmente lembrarão saudosos do meu melhor lado e carinhosamente das minhas chatices (é sempre assim).
As outras pessoas que tive contato talvez acabem nem sabendo nada e, se souberem, não sei o que esperar.

Mas e quem eu nunca conheci ? E aqueles que cativei sem notar, sem querer ? Pessoas que talvez nem saibam o meu nome ou quem eu sou, mas que leram minhas palavras e identificaram-se. Ah, que alegria seria ser lembrada pelas minhas palavras. Sussurros, técnica de escrita, interjeições, argumentos, conselhos e até o que nunca saiu da minha boca ou das pontas dos meus dedos - os meus pensamentos. Seria continuar existindo. Mas se não acontecer, paciência. Não é como se eu vivesse para ser lembrada. Se fosse assim, eu tentaria agradar muito mais os outros e fazer as coisas de modo que gostassem.

Ainda bem que não faço disso um objetivo e posso viver do meu jeito. Aliás, se for pensar em ditados e provérbios, "tem louco pra tudo nesse mundo" e "a esperança é a última que morre", mas "palavras ditas são como flechas lançadas". Logo, ainda existe a possibilidade da minha 'pós-existência', porque alguem pode gostar das minhas palavras futuramente - já que elas sempre estarão aqui, no meu pedaço de realidade. Conclusão ? Viver e deixar morrer; tudo o mais além disso é mera especulação.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Erros e acertos

É... Faz parte. Mas, na verdade, errar e acertar faz mais do que parte, é praticamente a base. Ainda mais na sociedade em que vivemos, onde qualquer ato seu pode ser visto, avaliado e julgado - a todo instante, em qualquer lugar. Digo isso porque não conseguimos mais escapar dessa categorização: vira-e-mexe paramos pra pensar se estamos agindo corretamente ou se não teria sido melhor não ter feito tal coisa.

É algo natural ter dúvidas e arrependimentos sobre o que fizemos, e mais natural ainda, por pior que seja, é não podermos voltar atrás e corrigir. A vida é feita de erros e acertos, mesmo que não percebamos ou não saibamos julgar, que vão se somando e formando a pessoa que você é e a visão que você tem dessa tênue divisão.

Mas os erros não são sempre ruins e os acertos não são sempre bons. Aliás, é algo tão pessoal e relativo que ninguem pode dizer com certeza se você fez bem ou mal e tambem não há como agradar a Gregos e a Troianos, como dizem. Se fôssemos tentar fazer essa loucura de agradar a todos teríamos sérios problemas: falta de personalidade, baixa auto-estima, frustração, falsidade, mentiras etc., apesar de crer que seria pior se satisfizéssemos apenas os nossos objetivos, só seguindo conceitos próprios, e não ligássemos para o que os outros pensam. Uma pessoa egocêntrica e egoísta que não confia e acha que não precisa dos outros provavelmente vai ter (e dar) muito problema nessa vida.

Geralmente o melhor é seguir o caminho do meio, sem extremos, equilibrado. Às vezes achamos que estamos errando demais ou que tudo está lindo e perfeito, mas nada dura pra sempre e o nível de acertos e erros sempre vai se igualar, mesmo que você não perceba. Todo mundo erra, todo mundo acerta. Quando nos damos conta de que precisamos apenas nos focar no lado bom das coisas, começamos a ignorar os erros, e quando estamos mal, esquecemos todos os acertos, mas os dois sempre estarão lá. Por quê ? Porque é a base. Acertar e errar não é apenas parte da vida, isso é a vida.

Então viva.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

O poder dos livros sobre mim

Sou uma pessoa facilmente influenciável por sentimentos alheios. Detesto escrever isso, mas é verdade - de certo modo.

Talvez eu sempre soube mas hoje me dei conta de que realmente tenho uma certa inclinação pra tomar as dores e felicidades de quem se abre comigo. E o mais estranho é que percebi isso a partir de livros. Dramas adolescentes, suspenses médicos, comédias românticas, ação, aventura ou ficção pura... Todos cativam uma parte de mim com seus personagens, histórias e/ou narração (na maioria das vezes) de uma forma tão simples e fácil que nem percebo as nem sempre sutis mudanças pelas quais eu passo.

Por esses dias estive lendo Melancia, da Marian Keyes, que é um livro ótimo, muito engraçado e dinâmico. (Claire, uma mulher já não tão jovem, mas nem por isso muito madura, acabou de ter uma filha e foi deixada pelo seu marido - bem dizendo, foi trocada por outra mulher. E esse livro conta como ela se vira a partir daí. Eu recomendo!). Enfim... eu me solidarizei muito com todas as confusões íntimas, senti como se fosse uma amiga contando-me seus dramas, me identificava toda vez quando ela começava a esmiuçar um sentimento e explanar um pensamento a partir de qualquer coisa que tivesse acontecido e tudo o mais. E foram coisas assim que levantaram meu astral, melhoraram meu humor e me fizeram perceber, mesmo numa calma casa no centro do Brasil e não entre uma família européia muito louca, que as coisas podem ser legais se você permitir e estiver disposta a fazer acontecer. Me senti mais leve, sociável e carinhosa após a leitura e não reclamo!

Em contra-partida, antes dessa leitura agradável, estive mergulhada em outro suspense médico de Tess Gerritsen (os quais mamãe gentilmente insiste que jorram sangue só de olhar). Tenho 3 aqui em casa e, de uma forma geral, todos são trabalhosamente montados e mostram detalhes de cada assassino calculista de forma interessante e instigante, então é difícil me fazer esquecer a eficiente detetive Jane Rizzoli e a humana doutora Maura Isle. Mesmo seguindo uma linha praticamente contrária à de Melancia, esses livros tambem encontram eco em algum lugar de mim. Não, eu não sou uma psicopata e nem tenho gosto por ver sangue, objetos fatais, pessoas mortas e nem nada semelhante mas, com essa leitura, consigo me manter... imune (na falta de expressão melhor) a certas emoções e acontecimentos ao meu redor, mantendo-me à uma distância segura, onde posso lidar com eles sem encará-los de frente.

Talvez eu seja louca, mas muitas vezes certas leituras são o que eu preciso para manter a calma, descobrir uma solução ou achar um modo de lidar com algo. Atualmente, durante esse período de férias forçadas, não tenho tido muitas coisas para fazer e errar, então uso essas histórias como se já fizessem parte da minha vida e aprendo com elas. Espero que um dia sejam úteis, e não só essas, como todas as outras que já foram e que ainda virão.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Estagnação

Os braços e as pernas abertos, tal qual o famoso desenho de Da Vinci, deitada no chão. Sua face irredutível e indiferente, olhos voltados para o teto por pura conveniência - não havia nada mais de interessante naquele quarto.

A cada dia sentira, tentara compreender e desistira, vários sentimentos projetados em si, compartilhados ou proporcionados apesar de nenhum realmente ter conseguido ocupar espaço em sua mente por muito tempo.

Tentou lidar com a falta do que fazer do jeito que pôde e na intensidade que conseguia. Aprendeu a fazer algumas coisas e a se interessar por elas, vasculhou na lembrança momentos que pudessem tirá-la da realidade por algum tempo, ocupou-se com atividades sem resultados e com algumas obrigatórias e, por fim, quase redescobriu uma rotina (mas não chegou tão longe).

E o ânimo se foi. As manhãs, cinzentas ou claras, davam bom dia e as estrelas fosforescente de seu teto (se é que reparava em outras) sussurravam boa noite; fora isso não havia nada para delimitar o dia. Ou talvez não existisse mais vontade para fazê-lo.

Foram horas, minutos ou segundos ali, descansando um corpo inutilizado. Na verdade, tanto fazia para ela, pois sabia que o dia duraria as mesmas torturantes 24 horas cronológicas, com todas suas pausas e acelerações.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Falta-me a coragem.

Olhando alguma imagens no We Heart It, percebi essa pequena, no canto e parei pra observar e pensar...
Eu me vejo/sinto assim.
Sei que existe um mar enorme ao meu redor, mas estou, de certa forma, presa no meu aquário.
Eu ainda não sei como sair e aqui parece tão... seguro! Mas, ao mesmo tempo, tão solitário.
Minha esperança é a onda que vem; ela vai me ajudar a virar esse aquário e eu vou conseguir sair e viver, sem as limitações que eu mesma impus. Eu não preciso me trancar num mundo que eu já conheço e ficar para sempre assim, certo ?
Certo! Só falta-me a coragem.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Treinamento confuso

Eis que volta aquela vontade louca, mais uma vez. Já não sei quantos dias tão bons passei pensando em como ela pôde ser tão má a ponto de aparecer do nada. Uma coisa insana que insiste em sair raivosa de algum ponto dentro de mim e ir batendo pelas paredes do meu tórax, maltratando o coração e os pulmões, fechando minha garganta por algum tempo e confundindo minha cabeça sem pedir permissão.
Não preciso de muita coisa para um sorriso se fazer em meu rosto, mas parece que um vago lampejo desestimulante acaba comigo, física e psicologicamente, e faz essa vontade aparecer. Confesso que faz algum tempo que não sei o que é dar vazão a essa rebeldia sem causa mas não acho que seja por isso que ela insiste tanto.
Perdi as contas das vezes que parei para considerar se valia a pena liberar essas lágrimas insistentes até decidir pelo não e desfazer qualquer vestígio que a vontade de chorar possa ter causado em meu corpo e mente... sabe, já virou rotina.
Mas não quero voltar ao que era, não. Já não consigo mais ver meus sentimentos como lixo industrial e tratá-los assim, simplesmente jogando-os num canto onde não vou muito e deixar que sejam cuidados pelo tempo, mesmo sabendo que não são biodegradáveis e não sumirão tão cedo. Sei que sou forte se quiser fazê-lo, mas descobri a importância de demonstrar meu lado mais humano, menos frio, e dou valor a isso. O que não significa que o banalizarei...
Então... será essa a resposta ? Só mais uma briga entre a razão e a emoção e a busca sensata por um meio-termo ? [...] Apenas gostaria que não fosse tão óbvio e talvez esse texto fizesse algum sentido.