domingo, 30 de setembro de 2012

Dão-se conselhos e opiniões.


Preferência por trabalhar com vontades e quereres mas não há distinção de outros tratamentos. Atendimento por meios telefônicos, eletrônicos ou pessoalmente. As sessões podem ser individuais ou com acompanhante especial (que pode estar parcial ou totalmente por dentro do assunto em questão), exceto céticos e intolerantes. O pacote inclui opcionais como ombro amigo, almofadas fofas para serem socadas, água gelada à vontade, abraços consoladores e cafuné. O tempo para desabafo e/ou explicação do problema é livre e pausas para lágrimas e gritos não contarão como adicional. Disponibilidade total para ouvir pormenores e paciência grande para dramas que pareçam essenciais (mesmo que não sejam e o contratante saiba disso). Atendimento a domicílio ou em locais à combinar.

Trata-se de um atendimento personalizado. As sessões são pessoais e intransferíveis - se outra pessoa for no lugar do contratante as informações serão consideradas duvidosas, correndo o risco de tambem serem consideradas fofoca, e não haverá conselho nem opinião conclusiva direta. A sessão pode ser remarcada de acordo com a necessidade do contratante e no número máximo de 3 vezes. No caso de perda de sessão, deve-se falar diretamente com o contratado.

Aconselha-se a procurar o atendimento apenas pessoas realmente interessadas em receber um conselho ou uma opinião. O objetivo das sessões é chegar a uma conclusão e oferecê-la, não impô-la. Em caso de teimosia, a decisão de continuar ou não com o atendimento fica nas mãos do contratante.

IMPORTANTE: Tratam-se de conselhos e opiniões baseados em relatos, não há nenhum tipo de parecer médico. Tudo é feito com carinho, dedicação e boa vontade, visando o bem do contratante.

Em outra palavras... Tô aqui se precisar, viu? Pode contar comigo! Qualquer coisa, me liga.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

As três


Cortinas abertas, telhado exposto, diferentes pontos de vista. As minhas 3 queridas: a Eterna, a Fuga e a Escondida. Amigas, companheiras, confidentes e sempre sinceras... Não há um dia que eu não sinta saudades delas. Cada uma a seu modo, todas sempre estavam lá comigo e para mim. E hoje eu escrevo porque bateu a saudade. Veio aquela vontade louca de tê-las todas perto de mim de novo. Ah, as minhas preciosas janelas...

Lembro como se fosse agora... Mesmo com cortinas e telas, eu sempre podia ir longe, vagando pelo céu azul ou sendo levada pelas gotas de chuva. Tantas lembranças! Tantos momentos! Ah, como ainda é fresco na minha memória: de manhã eu corria para a Eterna, para saborear o nascer-do-sol e conseguir decidir se o dia que me aguardava seria quente ou frio - inúmeras foram as vezes em que eu não soube interpretar bem; de tarde eu me acomodava no computador e virava a cadeira para a Escondida... Pequena e quebrada, dificilmente ficava aberta mas ainda assim era a mais requisitada para iluminação; e à noite eu juntava meus fones de ouvido, algum edredom bem fofinho e catava o travesseiro mais próximo, com cuidado abria a Fuga, tirava a tela e me instalava no telhado com todo o sentimento que eu conseguisse carregar. Ah, como eu sinto falta!

A mordomia de pendurar a rede e ler algum livro tendo a Eterna como plano de fundo, a calmaria de escrever textos, comer sushi ou apenas tirar um cochilo olhando as estrelas e o alívio de abrir a Escondida e fazer as unhas ou esquentar os pés nos riscos de luz que formavam no chão. Sem contar que, durante o sono, ainda podia aproveitar o vento que entrava por alguma das queridas janelas. Não há palavra que defina melhor esse meu sentimento do que a clássica "saudade".

Pode-se dizer que eu sempre tive o sonho de morar num "sótão" mas esse lugar que eu chamava de quarto até pouco mais de 3 meses atrás era simplesmente melhor que o sonho. Valia a pena o calor, o frio, o carpete molhado e o teto baixo. Valia a solidão e a falta de privacidade. Valia até todos os problemas que já apontaram no meu quarto. Pra mim aquele era meu pedacinho de paraíso e meu primeiro sonho infantil realizado, algo que nunca esquecerei e ainda vou sentir falta por um boom tempo. Meus maiores agradecimentos, claro, para a Eterna, a Fuga e a Escondida, minhas queridas e preciosas.

Ps: Acho que é a primeira vez que eu anexo uma foto minha na postagem mas é só porque ela foi basicamente minha inspiração para esse texto. (Essa é a Fuga)

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Parecia...

Não, não éramos. Talvez já tenhamos sido... No fundo não importa o que, pois nunca assumimos. Sempre fugimos de rótulos, o que facilitava a furtividade dos nossos olhares. Talvez por isso estar com você é como voltar pra casa: a familiaridade do caminho me permite procurar meus detalhes favoritos na paisagem. Nesse caso a minha paisagem são seus gestos, sorrisos e palavras. Tão vivos na minha memória que eu poderia descrever como se desse um endereço. Fazer o que, sou detalhista...

Sou detalhista a ponto de pensar nos segundos e esquecer as horas. Mas, lá no fundo, o tempo pra mim parece nada. Não modifica, não intensifica e nem interfere... Só passa. Passa e não leva esse calor que me sufoca, as risadas sinceras e as besteiras que não há como escapar de fazer. O tempo só nos leva. Hoje ele teve calma mas os passatempos tiveram pressa. Quem me dera não ter motivos pra ir embora. Quem me dera mais: quanto eu queria ter motivos pra ficar.

Mas aí eu fui embora. Você foi embora. O problema é que metade de mim veio... Mas a outra metade ficou com você.