quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Pra variar, detalhes.

Os detalhes são o todo para quem sabe trabalhar com eles. Ou para os exagerados por natureza. Nessa vida tudo vem de um pequeno começo. Nada vem do nada. Ninguém nasce grande, forte ou importante (tirando herdeiros de ricos e famosos, é claro).
Os pensamentos, as ações, os grandes feitos, os sentimentos, os laços e tudo o mais são adquiridos ou desenvolvidos. Nós temos a benção e a maldição de fazer o que conseguirmos com os nossos dias e a nossa vida. Nos cabe o direito de absorver e aproveitar os detalhes como acharmos melhor.
Porque é mais ou menos assim a brincadeira: dão-nos o metal. Nós podemos transformá-lo em faca e procurar alguém que tinha a vaca e fez o queijo. Então agora, em conjunto e literalmente, estamos com a faca e o queijo na mão. Qual o próximo passo? Cada qual com sua escolha.
A capacidade do ser humano é inimaginável e nunca podemos duvidar de ninguém e nem de nós mesmos. Principalmente, jamais devemos julgar os detalhes, predefinindo ou predestinando-os. "A mesma mão que acaricia, fere e sai furtiva", como canta a banda Barão Vermelho.
Eu, que sou exagerada e inventiva por natureza e tento trabalhar com os detalhes, peço apenas que me dê a faísca e aí, quem sabe, teremos um incêndio.

domingo, 17 de julho de 2011

Passagem só de ida.

Essa foto é da Camilla Chevitarese e eu achei linda!

Está decidido.

Em 10 minutos vou levantar da minha cama e tomar um bom banho. Ainda com os cabelos molhados e com uma roupa bem fresca vou caçar minha mala e jogar nela tudo que eu preciso: Biquínis, roupas leves, meu maior casaco, toalhas, protetor solar, coisas básicas de higiene pessoal, uns dois livros e meus bichinhos de pelúcia (sim, tenho 4: Ferdinando, Frigs, Nutsy e Xim). Documentos, dinheiro e comida eu levo na bolsa.

Não deve demorar muito pra fazer isso e logo estarei pegando a saída de Brasília, rumo ao litoral. Qual estado ? Qual cidade ? A que eu conseguir chegar primeiro. O importante é que eu quero brisa, ondas, pele morena e cochilos na rede. Estou morrendo de saudade e mal posso acreditar que logo vou mergulhar no mar, catar conchinhas e subir em pedras no meio da água. Ah, e ouvir aquele barulho maravilhoso e indescritível que só uma praia faz, aquele que eu finjo que a minha grande concha imita.

E à noite vou caçar algum lual pra ir. Ver a lua cheia, linda do jeito que está, iluminando a praia toda. Me divertir muito com meus amigos - que vão comigo, é claro - é o que eu mais quero! Aproveitar que não sabemos quando vamos fazer isso de novo. Aliás, coitados. Já devem estar me esperando. Mas eu precisava vir aqui compartilhar minha felicidade, eles que me perdoem. Certo, vou indo então. Curtir o que a vida tem de melhor pra oferecer!


Yeah, right, como se fosse verdade. Como se eu não tivesse uma prova dificílima amanhã de manhã me esperando. Mas é sempre bom sonhar... quem sabe um dia eu coloco em prática.

Ps: Desculpe-me quem achou que era verdade! Hehehehe

domingo, 10 de julho de 2011

Quem ama, cuida.



Uma coisa simples mas que nem sempre damos a importância que merece.

Como todo mundo já deve ter visto e ouvido muito por aí, as pessoas são como plantas. Nós começamos com a sementinha do relacionamento (amizade, namoro, família) e temos que regá-la, levar pra tomar sol e tirar as folhas velhas com frequência pra crescer forte e saudável. Acho esse ditado/comparação genial, somos todos plantas!

Aproveitando, o caso é: precisamos cuidar melhor do nosso jardim. Procurar os vasos que contém nossas plantas preferidas e mantê-las sempre perto e num lugar bom, tirar as ervas-daninhas e outras que sufoquem ou prejudiquem as que são realmente importantes e lembrar de sempre cuidar bem daquelas que nos cuidam bem. Aquela árvore linda da família, que dá sombra, frutos e sustenta a rede pra você dormir tranquilo, os vasos grandes e cheios de flores das amizades, que enchem os olhos de beleza e o ar de perfume e alegria, e o canteiro próprio do amor, que pode guardar uma mudinha mirrada e frágil ou uma planta com muitos brotos e flores.

Por isso eu digo, não podemos descuidar de quem gostamos. Com isso não quero dizer que temos que virar babás de pessoas específicas e esquecer o resto, claro que não. Quero dizer que, se for realmente importante pra nós, não podemos deixar de cuidar. Deixar de mostrar preocupação quando não dá notícia por muito tempo, felicidade pela existência e companhia e compaixão nos momentos difíceis.

É algo natural tentar deixar quem a gente gosta feliz. Com presentes simples e ocasionais, quando menos se espera, elogios, recados, telefonemas, dias de fazer nada, conversas, risos... Porque isso nos faz feliz tambem. Por isso sempre tento levar isso na cabeça pra não deixar de cuidar de quem eu gosto.

Já que tocamos no assunto, aposto que você ficou com vontade de ir "cuidar" de alguem que gosta. Eu fiquei e vou lá agora! Hehe.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Passa (?)

Como diria Caio F. Abreu, "vai passar". É difícil nos primeiros dias, nas primeiras horas, nos primeiros minutos... Mas vai passar. O frio na barriga antes de começar é o mesmo antes de terminar. Mas as conseqüências do fato são como margens opostas de um mesmo rio. A aflição, o remordimento e a falta de ar são sentimentos decorrentes do ato já consumado. O dia demora passar. Mas é assim mesmo. As nuvens parecem ficar estáticas a te olhar lá de cima. E tu se perdes em teus pensamentos vagos. Perdes visão a um palmo do próprio nariz. Mas vai passar.
A incerteza se torna inquilino do corpo e da alma. A calma que tanto sonhavas ter (depois do término) não veio. Mas vai passar. A vontade inquieta de ligar é normal. Irreconhecíveis são os dedos de tuas mãos, que se enroscam uns nos outros, como se cinco em cada mão não fossem suficientes. E realmente não são suficientes para contar quantas vezes já olhastes no relógio e ainda são 7h30 da manhã. Infelizmente o tempo anda muito devagar. Mas vai passar e tu sabes disso. A vontade que tens é de estar em coma e só acordar quando já tiver passado a dor.
O amor dá lugar a incerteza. E a incerteza dá carona a desconfiança e a falta de lucidez. O olhar perdido e sem foco também é normal. A cabeça não acompanha os movimentos do corpo. O pensamento está aéreo, vagando aí dentro de tua mente, viajando pra longe daqui, com passagem (apenas de ida) para Deus sabe lá onde. Ah, pensamento retrógrado! Pensamento que te faz perder a noção de tempo e espaço. Se soubesses o quanto te queria longe daqui. Já não consegues juntar duas frases com coerência. A falta de percepção das coisas parece ser de nascença. Os olhos passam a ver o mundo com estapafúrdia diferença. As pálpebras se enxáguam com freqüência. Mas vai passar.
A mudança de rotina nunca foi tão nefasta. Pela primeira vez em muito tempo começas a traçar novos planos, desenhar novos projetos. Praticar esportes, devorar um bom livro, voltar a desenhar, voltar a escrever, ou até mesmo reencontrar amigos que deixastes pra trás durante todo esse tempo. Agora será essa a tua rotina: encontrar refúgios que não te remetam ao teu passado. Quem sabe possam sepultar essas lembranças que tanto te machucam? E assim, vais tentando seguir em frente. Como diria Drummond, a dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional. Que tua dor seja efêmera e que não torne mais a te aborrecer.

~

Esse belo texto foi escrito por um amigo, o Alisson Rodrigues, há dois meses. Ele me mandou e eu quis muito compartilha-lo. Espero que vocês tenham gostado tanto quanto eu.

sábado, 12 de março de 2011

A hora errada pra pensar

O corpo relaxado logo se senta mais ereto e firme do que normalmente, quando caminha ou quer impressionar. O coração dispara enquanto os olhos ficam inutilizados - fechados ou vidrados, tanto faz -, porque quem trabalha é o cérebro.
A emoção do agora, as frases-chaves em que pensou e alguma metáfora, rápido! Tudo vai-se encaixando com falhas mas parece tão significantemente bom que só precisa ir pro papel e depois... ah, depois eu arrumo, preencho, estico, mastigo e soletro. Tudo vai sair exatamente como eu pensei, não tem como dar errado!

Tem sim. Porque a pressão de estar atrasada pra algo (como quase sempre acontece) mina sua concentração e, antes de você alcançar o papel ou a tela de postagem abrir, as palavras fogem, o assunto foge. Sua criação e a criatividade amolecem, escorregam e caem de volta pro fundo do bueiro, onde estavam antes da explosão milagrosa.
Esqueça o texto. Outro dia você faz um melhor, sem estar atrasada para nada e com inspiração de sobra.

É, com certeza.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Praia

Sol. Céu azul até onde consigo enxergar. Vento fresco e constante.
Mal posso acreditar que estarei na praia daqui a 12 dias.
Ao invés de olhar e sentir tudo isso na frente do computador, sentada numa cadeira de escritório, estarei apreciando de camarote, numa cadeira de praia, de frente para o mar.

Só eu sei como sinto falta de uma praia às vezes.
Esqueça as crianças correndo de um lado pro outro, os velhinhos empatando sua diversão no rasinho do mar, os vendedores e seus muitos produtos e comidas versus você e seu pouco dinheiro e aquelas pessoas desfilando um corpo de dar inveja.

Praia pra mim é areia. Areia fina e branca, grossa e granulada ou molhada e maleável. Areia quente superficial que queima os pés e aquela que fica mais no fundo, que só descobrimos quando enterramos alguém. Uma areia sacana que insiste em grudar em tudo! Mas que serve muito bem pra fazer castelos. Areia de mar, que entra no seu biquíni de um jeito inimaginável e não sai nem com muita lavagem. Areia natural.

Praia pra mim é água. Água do suor que escorre no calor, enquanto você brinca de correr atrás do guarda-sol que saiu voando. É água de ducha, quando você tá saindo da praia, pra tirar um pouco da areia e do sal. E água de côco (pros outros, eu fico com minhas águas de garrafinha) pra hidratar. Água da chuva que cai quando você menos espera mas não te impede de sair correndo pra praia. É aquela imensidão azul, a água salgada que é o mar. Pura e simplesmente água.

Praia pra mim é cor. Roupas soltas e estampadas. Bebidas e comidas chamativas. Liberdade descrita em azul-esverdeado, amarelo-sol e branco-nuvem. Cor de felicidade estampada nos sorrisos, cumprimentos e momentos pra viver. Os clássicos preto, dourado e vermelho, aquelas cores do pecado que só quem foi à praia e tomou sol pode ficar, hahaha. Cores originais.

Pra mim, praia é ser feliz e saber (ou não). É me encontrar na areia, na água e nas cores. É ganhar, construir e viver histórias pra contar. É sentir saudade de casa, mas não querer voltar tão cedo.
Praia pra mim é só raramente, desde que vim pro Centro-oeste. E, mesmo assim, praia é minha paixão.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Eu não tenho porta.

Na verdade, meu quarto não tem porta.
Quando nos mudamos para essa casa, tomei posse de um pedaço do mezanino, que deveria ser um pequeno escritório, para ser meu quarto. Como consequência, ganhei quase todo o espaço daqui de cima.
Legal, tem muito espaço pra colocar minhas tralhas, me espalhar e até uma "ante-sala" pra receber visitas e tal... sem contar que agora o outro pequeno escritório virou o ateliê da minha mãe. É. No meu quarto! Disso, eu tiro a conclusão que não tenho bem um quarto e sim que moro num apêndice da sala.
"E daí?", não é mesmo ? E daí que eu sinto falta de ter um quarto de 4 paredes, 1 janela e 1 porta - assim como era na antiga casa. Pode não ser grande coisa, não abafar ruídos de choro ou música alta quando eu preciso e nem ter tranca, mas seria meu cantinho.
Quem me conhece sabe que eu prezo muito um espaço meu onde eu possa criar meu mundo.
Sem contar que eu gosto de privacidade, de poder colocar música, cantar e dançar ridiculamente sozinha e falar no telefone sem ter gente escutando.
Bom, na falta de espaço habitável, divido meu mundo e coloco as partes em locais acessíveis que eu possa carregar comigo. É, vivendo e aprendendo a ser um caracol.
Em relação à privacidade... nem tudo é perfeito, não é mesmo ? Tenho lidado com isso há 3 anos... já devia estar acostumada.
E quanto ao meu quarto em si... Bem, ele é só um apêndice/quarto; o essencial ele me oferece (teto, paredes, janela e cama). Não dá pra exigir muito mais dele, eu sei. Eu só queria desabafar.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Unsaid things

E daí que um grande texto, escrito com todo o cuidado, perde a graça quando chega no final.
Porque às vezes palavras não são suficientes ou não sabem captar a profundidade ou o sentimento que o(a) autor(a) deseja expressar.
É quase como querer que uma boa ironia seja óbvia para qualquer um.
É. Tá difícil me fazer entender.