quarta-feira, 30 de setembro de 2020

#5 Ed

Noite de eclipse. Eu nunca podia fazer nada, mas dessa vez meus pais deixaram eu ir sentar na calçada da esquina e ver enquanto a Terra escondia a Lua por momentos. Quase vizinhos, o Ed topou me acompanhar nessa e fomos. Ed, que era Rodrigo mas cortou o cabelo engraçado e nunca mais foi apresentado de forma diferente por mim.

Já não me lembro quanto tempo ficamos sentados na calçada aquela noite, mas foi o suficiente pra rir bastante, falar da vida, assistir o eclipse, pintar a ponta do all star dele com carvão e reclamar bastante do colégio (já que apenas uma série nos separava).

Até hoje acho engraçado porque meus pais demoraram bastante pra conhecer o Ed, mas confiaram nele desde o início. Se o Ed estava, a Bruna estava bem. Eclipse na esquina? O Ed vai, então tudo bem. Primeiro show da Bruna? Só se o Ed for com ela. Carnaval de rua? Combinei com o Ed, encontro ele lá. Festa de fim de ano no parque da cidade? Ed dirigindo, tá tudo sob controle.

São tantas memórias com esse meu melhor amigo da adolescência que eu nem me recordo unicamente de uma história, mas sim de uma sensação. E assim foi por alguns anos, até que a vida aconteceu e nossos caminhos se desviaram um pouco, então mal encontro o Ed mais.

Independentemente, acho que não importa quanto tempo passe, Ed sempre foi e sempre será tranquilidade, confiança e risos (e um pouco de revolta). Pra sempre Ed, da sempre Tampinha.

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